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Médicos que defendem a existência da síndrome pós-finasterida
A corrente que defende a existência da síndrome pós-finasterida é liderada pelo Dr. Mohit Khera, da Sociedade Internacional de Medicina Sexual e da Sociedade Norte-Americana de Medicina Sexual, que se vale de estudos do Dr. Michael Irvin para provar seu ponto de vista: menos de 1% dos pacientes que usam finasterida sofrem com essa síndrome – ou seja, 99% deles não são afetados.
Diante dessa possibilidade, vários médicos, tanto urologistas quanto especialistas em medicina sexual, pesquisam para comprovar se essa síndrome realmente existe. Não se sabe se a finasterida serve como um gatilho de problemas sexuais – para quem tem tendência a desenvolvê-los –, ou se ela é o fator causal deles.
Como não há uma triagem entre pacientes que usam finasterida e os que não usam, os que sofrem os efeitos colaterais – que geralmente são pacientes que tem tendência à depressão e à problemas sexuais – acabam creditando-os à droga. Não se tem ciência da população de risco e nem do mecanismo de origem desses sintomas permanentes.
Por que a finasterida pode causar efeitos colaterais?
A finasterida diminui a conversão de testosterona em di-hidrotestoterona (DHT) – que causa a calvície – pela enzima 5 alfa-redutase. Com isso, há um aumento de cerca de 15% da testosterona, e uma outra enzima, chamada aromatase, atuante nos tecidos periféricos, por exemplo, no adiposo, converte a testosterona em estradiol (hormônio feminino), provocando problemas de ordem sexual, como redução de libido e disfunção erétil.
Artigos sobre a síndrome pós-finasterida
O artigo Persistent sexual, emotional, and cognitive impairment post-finasteride: a survey of men reporting symptoms, foi elaborado com base em uma pesquisa feita pela internet, em que foi enviado um formulário, e apenas quem respondeu a ele foi levado em consideração.
O artigo Adverse side effects of 5α-reductase inhibitors therapy: persistent diminished libido and erectile dysfunction and depression in a subset of patients, mostra apenas um paciente que sofreu efeitos da síndrome pós-finasterida. Além disso, não pode-se afirmar, por exemplo, se o paciente não tinha histórico de depressão ou havia usado outros remédios.
O estudo Persistent sexual side effects of finasteride for male pattern hair loss, reuniu um grupo de 71 homens que já haviam relatado problemas com finasterida, ou seja, um grupo viciado, e não da população geral.
O artigo Finasteride 5 mg and sexual side effects: how many of these are related to a nocebo phenomenon?, disserta sobre o efeito nocebo – termo grego que significa “fazer mal”. O efeito placebo é aquele em que o indivíduo toma, por exemplo, uma pílula de farinha, e acha que está ingerindo medicação.
43% dos homens que eram aconselhados pelo médico sobre os possíveis efeitos colaterais que poderiam sentir com o uso da finasterida, sentiram esses efeitos. Somente 15% deles não reportaram problemas.
O artigo Characteristics of Men Who Report Persistent Sexual Symptoms After Finasteride Use for Hair Loss, mostrou que homens que tiveram a síndrome pós-finasterida já tinham prevalência maior de depressão e disfunção sexual do que a população geral.
Alguns dos maiores especialistas em queda de cabelo do mundo, como a Dra. Antonella Tosti (que tem mais de 500 artigos científicos publicados) e o Dr. Jerry Shapiro, se juntaram com outros médicos e fizeram uma revisão de artigos científicos para tentar descobrir o que há por trás da síndrome pós-finasterida, e produziram o artigo Investigation of the Plausibility of 5-Alpha-Reductase Inhibitor Syndrome, que concluiu que os efeitos da referida síndrome foram mais frequentes, inclusive, no grupo placebo.