Você sabia que o desempenho produtivo do sorgo pode se equiparar ao do milho?
A silagem de sorgo é uma opção que vem crescendo no Brasil, e após o milho já é a cultura mais importante para a produção de silagem.
Antes das etapas que envolvem o processo de ensilagem, existe uma atividade muito importante que é a escolha da forrageira, e podemos dizer que essa é a base para que a eficiência econômica seja atingida.
Uma boa silagem de sorgo se inicia pela escolha de um bom híbrido, e essa escolha deve ser baseada em características agronômicas e qualitativas. Hoje, temos híbridos adaptáveis a todas as regiões do Brasil, e dentro de uma mesma região, existem opções mais adequadas de acordo com o ciclo, a resistência e a produtividade.
Como deve ser realizado o manejo cultural?
O manejo cultural não é importante apenas para o sorgo, mas sim para todas as espécies forrageiras, pois se traduz na época ideal para o plantio, numa boa correção, preparo e fertilização de solo, da escolha da semente, e a regulagem da semeadora, qual será o espaçamento entre as plantas, qual será a densidade de plantas, como será o controle de pragas, doenças e de ervas daninhas, e qual será a época ideal para a colheita dessa forragem.
Quando se faz o dever de casa bem feito, e estabelece e conduz de forma adequada os parâmetros, tem-se uma melhor produtividade por área, o que se traduz em maior retorno para a fazenda.
A silagem de sorgo é mais econômica?
A silagem de sorgo tem em média 80% a 85% do valor de uma silagem de milho, o que irá fazer se ela seja mais ou menos econômica, é a produtividade por área, quanto maior ela for, menor será o custo de produção, aliado a isso deve-se olhar a qualidade da silagem, uma silagem de boa qualidade é garantia de maior produtividade e retorno sobre o investimento feito.
Algumas das características diferenciais que os produtos buscam no momento de escolher híbridos de sorgo forrajeito para a produção de silagem são: alta digestibilidade de fibras, elevado valor nutritivo e boa fermentação.
A silagem de sorgo, comparada com à de milho, permite baixar um pouco o custo pois a planta do sorgo produz um volume maior de massa comparada com a planta do milho. Planta-se o sorgo em época normal como feito com o milho, costumeiramente de 15 de outubro a 15 de novembro, e então no momento de ensilagem do sorgo, que se dá no meio da panícula com os grãos farináceos, no momento em que se ensila o sorgo depois de cortado, a planta do sorgo solta uma brota com duas ou três plantas em cada pé cortado, o que proporciona outros cortes sem a necessidade de preparar o solo. Sabendo que o custo de máquina e de operação são mais altos, tem-se dois cortes com um único plantio, de forma que a principal vantagem do sorgo é a redução do custo.
A cultura do sorgo vem se sobressaindo, e registrou uma grande propagação nos últimos anos. Do ponto de vista agronômico, esse crescimento é explicado pelo alto potencial de produção de grãos e matéria seca da cultura, além da possibilidade de suportar estresses ambientais. Quando tecnicamente bem conduzida, uma lavoura de sorgo forrageiro alcança produtividades médias de 50 toneladas de massa verde por hectare. O segundo corte ou rebrota vem de graça para o produtor, já que pode alcançar uma média de 20 toneladas, e quando falamos da silagem de sorgo o rendimento pode ser outro diferencial.
Em condições normais, é retirada de uma silagem de milho em torno de 40 a 60 toneladas de matéria natural por hectare, e com o sorgo é retirado o mesmo tanto, porém em dois cortes, de formo que consegue-se obter de 80 a 120 toneladas por hectare.
Se levarmos em conta que o Brasil ocupa a primeira posição entre os países de carne bovina, a cultura do sorgo tem importância estratégica no abastecimento de grãos e forragem, e o aumento significativo na produtividade da cultura e a melhoria na qualidade da forragem podem contribuir para a oferta sustentável de alimentos para a nutrição animal a um baixo custo, tanto para pecuaristas, quanto para a agroindústria de rações.
A silagem de sorgo produz mais massa do que a silagem do milho por existir a opção de se dar um segundo corte na rebrota, e dessa forma produz quase 2 vezes o que uma silagem de milho produz em termos de massa. Em termos de valor nutricional ela não fica muito atrás do milho, e tem um teor de proteína mais elevado do que o do milho, em torno de valores de 11 e 12, contra 7 a 8 do milho, porém, tem um teor de fibra FDN mais alta do que a do milho, uma boa silagem de milho tem em torno de 45% de FDN, já o sorgo tem um teor de FDN em torno de 65% a 70%, o que limita um pouco o consumo para animais de alta produção.
Técnica capaz de garantir a alimentação dos animais nos meses de entressafra, a silagem de boa qualidade hoje é quase obrigatória nos sistemas de produção de leite e de carne.
É necessário fazer alguma método preventivo de doenças antes de fornecer silagem aos animais?
A silagem pode ser um fator de risco para o botulismo, principalmente quando seu processo não é bem feito, com uma boa vedação e compactação, ou quando por azar ou desatenção algum animal, como uma cobra ou lagarto, foi picado junto com a forragem, o que acaba criando um ambiente ideal para a proliferação e liberação das toxinas, com os animais podendo vir a óbito. Portanto, é necessário vacinar os animais contra o botulismo antes de terem acesso à silagem.