O Sêmen Sexado começou a ser utilizado no Brasil em escala comercial no ano de 2006, e de lá para cá tem crescido bastante a procura por essa tecnologia. Hoje, o sêmen sexado já pode ser utilizado na inseminação artificial de uma forma geral, dando prioridade para as novilhas ou para aquelas vacas com histórico reprodutivo bem reconhecido, além de poder ser utilizado também na transferência de embrião, só que nesse caso, deve se tomar cuidado para conhecer o histórico da doadora, e o protocolo de super ovulação a qual ela será submetido, deve ser um protocolo já testado para que se garantam melhores índices.
Quando se fala na FIV – fertilização in vitro, também já é uma tecnologia disponível, porém nesses casos, deve-se casar o protocolo da central da inseminação com o protocolo das pessoas que irão realizar esse procedimento na fazenda, e as respostas também variam de acordo com cada protocolo utilizado. A eficácia do produto se analisada com base no nascimento de machos ou de fêmeas é grande, acima de 85%, agora quando utilizada como rotina dentro da fazenda, os cuidados devem ser redobrados, pois o sêmen sexado possui uma concentração menor de espermatozoides do que o sêmen convencional, então todo o passo a passo de uma inseminação artificial deve ser seguido de uma maneira muito mais rigorosa, não podendo errar.
Na bovinocultura de corte e de leite, o sexo do bezerro é um dos fatores determinantes para o sucesso no desempenho do negócio. Em muitas fazendas, produtores de leite, por exemplo, o bezerro macho tem baixo valor comercial, já em propriedades de corte, o bezerro macho é mais interessante por conta do maior potencial de produção. Levando em consideração as particularidades de manejo, muitas pesquisas têm sido realizadas sempre com o objetivo de se escolher o sexo do bezerro, nesse sentido existe a biotecnologia do sêmen sexado. A sua principal vantagem seria o próprio objetivo da sexagem desse sêmen a ter o produto que vai nascer o terneiro já com o sexo de preferência, no caso de vacas leiteiras, obviamente a escolha é por fêmeas, então se usa o sêmen sexado de fêmea, mas também existe para os produtores de gado de corte, que querem somente terneiros machos, o sexado de macho, conferindo até 90% de terneiros machos naquela inseminação.
A separação dos espermatozoides machos das fêmeas é possível devido a diferença do conteúdo do DNA dessas células espermáticas, tudo graças a chamada citometria de fluxo. Depois do sêmen coletado dos touros, ele posteriormente vai para a máquina de citromeia de fluxo, onde existe a separação do sêmen.
A sexagem tem um lado bom e outro nem tanto, o processo de seleção causa danos ao sêmen, devido ao estresse químico e físico que os espermatozoides são expostos ao longo da sexagem, e isso pode gerar algumas limitações no processo, e para se observar os melhores resultados deve se ter uma associação de sucesso entre ambiente, clima, e da própria redução.
A preparação e a manipulação do sêmen antes e depois da sexagem, tem um grande impacto na qualidade e consequentemente na fertilidade, mesmo assim, a chamada acurácia, a taxa de fertilidade, ainda é considerada interessante para quem opta por essa tecnologia. As taxas de fertilidade são em torno de 15% a 20% abaixo das verificadas em sêmen convencional, porém, ele recebe em troca um acerto de 90% do sexo do animal. O aprimoramento dessa técnica irá possibilitar a utilização da inseminação artificial a um custo menor, além de proporcionar melhorias na eficiência da produção, como um maior genético, facilidades no manejo do rebanho, bem como um maior ganho econômico através da produção de animais de acordo com as necessidades do produtor rural.
O sêmen sexado também é mais caro em relação ao sêmen convencional, porém, ambos os tipos de sêmen podem ser trabalhados para terem menores impactos negativos, com bom treinamento da mão de obra, e as empresas de sêmen cada vez mais trabalhando para melhorar esse índice de fertilidade.
Quanto ao manejo, precisam ser observados o fator nutricional, onde animais muito magros não respondem bem nem mesmo para o sêmen convencional, e vão responder ainda pior com o sexado, e também existe a questão sanitária, efetuando os devidos cuidados para não se perder a gestação para um brucelose, bvd ou campilobacteriose, então o calendário sanitário deve estar em dia.