Salsinha: características
A salsa (Petroselinum crispum), também conhecida como salsinha, é muito parecida com o coentro, mas com aroma e propriedades medicinais diferentes. Existe outra variedade de salsinha, a Petroselinum sativum. Essas duas são as variedades mais fáceis de serem encontradas, mas existem outras, todas com a mesma aparência, o mesmo aroma e os mesmos princípios ativos – a diferença é que umas são mais rasteiras, outras mais altas, etc.
Usos populares da salsinha
A salsinha é utilizada para temperar alimentos. Popularmente, ela é muito utilizada para facilitar a digestão em pessoas que têm, por exemplo, dispepsia ou dificuldades para digerir.
O chá da salsinha é muito utilizado como diurético para ajudar no funcionamento dos rins, eliminando líquidos e sais do organismo. Em alguns lugares, ele é utilizado para cálculos renais.
Ela é utilizada popularmente contra reumatismo, gota e inchaços. Normalmente, as pessoas tomam uma ou duas xícaras de chá de salsinha por dia para combater esses problemas.
Topicamente, sobre a pele, ela também é utilizada para problemas de pele como eczemas, coceiras, impinges, queimaduras, problemas de pele, etc. A planta é esmagada, formando uma pasta que é misturada com mel. Essa pasta normalmente é aplicada sobre a pele, na forma de cataplasma por exemplo, para aliviar os sintomas desses problemas de pele.
Esses são conhecimentos populares, e alguns deles estão comprovados cientificamente, outros não – o que não significa que eles não sejam verdadeiros.
No Nordeste, a salsinha, na forma de chá, é muito utilizada para combater varizes em homens e principalmente nas mulheres. Existem pessoas que precisam até fazer cirurgias para retirar as veias que se rompem em várias partes do corpo, mas principalmente nas pernas.
Toxidade da salsinha
Recomenda-se tomar no máximo três xícaras de chá da salsinha ao dia, com uma colher de folhas picadas para cada xícara de água. Se a pessoa exceder muito essa dosagem, ela pode ter dores de cabeça, problemas no fígado, problemas nos rins e irritação no intestino (até mesmo com sangramento).
Mulheres grávidas podem usar salsinha na alimentação, mas não como medicamento, pois em alguns casos ela pode ter efeito abortivo.
Pessoas que têm sensibilidade aos princípios ativos da salsinha e se expõem ao sol – por exemplo, pessoas que passam 4 ou 5 dias tomando doses excessivas de chá de salsinha e vão à praia – podem ter sérias queimaduras de pele, pois ela sensibiliza a pele aos raios ultravioletas.
Benefícios da salsinha
Ação antimicrobiana
Cientificamente, existe comprovação da ação antimicrobiana da salsinha. Ela tem uma ação eficiente contra bactérias e fungos, e o chá de salsinha pode ser utilizado em casos de infecções, até mesmo para lavar a pele em casos de infecções em feridas, por exemplo.
Ela demonstrou uma ação muito eficiente contra a Candida albicans, um fungo que causa tanto a candidíase oral (o “sapinho”) quanto a candidíase genital (chamada de “panos brancos” nas mulheres). Esse fungo é muito suscetível aos preparados feitos com a salsinha, tanto na forma de banho de assento, quanto na forma de bochecho ou de chá.
Ação antidiabética
A salsinha tem a propriedade de estimular a produção de insulina pelo pâncreas, ajudando a controlar a glicemia, e é indicada para pessoas que têm uma diabetes na qual o pâncreas não consegue produzir uma quantidade suficiente de insulina.
Ela tem a capacidade de proteger o fígado dos diabéticos. Quando a pessoa tem diabetes, um dos órgãos agredidos pela disponibilidade de açúcar no sangue é o fígado.
Proteção do estômago
A salsinha é uma excelente protetora do estômago, e ajuda a, por exemplo, regenerar úlceras e aliviar a gastrite, pois reduz a produção de suco gástrico.
Quando a pessoa tem gastrite, o suco gástrico vai agredindo a parede do estômago. Consequentemente, em algum tempo, isso se torna uma úlcera.
A salsinha, assim como o boldo, tem a capacidade de reduzir a acidez estomacal, controlando as gastrites e evitando o progresso das úlceras.
Ação anti-inflamatória
A salsinha tem uma ação anti-inflamatória eficiente. Em casos de inflamações, internas ou externas (na musculatura ou nas articulações), é possível tomar o chá da salsinha ou usá-la na forma de cataplasma (fazendo uma pasta com a salsinha, aplicando na área afetada e colocando uma toalha por cima).
Proteção do fígado
A salsinha é protetora e regeneradora do fígado para lesões causadas por medicamentos, produtos químicos ou mesmo pelo excesso de consumo de álcool.
Quem for exagerar no consumo de álcool pode tomar um chá de salsinha para evitar os efeitos do álcool sobre o fígado.
Proteção do cérebro
A salsinha tem a capacidade de proteger as células cerebrais contra danos oxidativos. Por conta da idade, a pessoa vai tendo radicais livres no seu sangue, que vão oxidando e envelhecendo as células. Nesse processo de oxidação, eles podem causar doenças degenerativas como o Alzheimer, Parkinson e esclerose.
O chá da salsinha é protetor do cérebro nesses casos. Pessoas com 40, 50 ou 60 anos que gozam da saúde perfeita do seu cérebro podem começar a tomar o chá de salsinha para evitar que problemas como esses comecem a se desenvolver no futuro. Não é necessário tomar três xícaras de chá de salsinha todos os dias, mas tomar o chá eventualmente pode ser muito benéfico para a saúde e proteção do cérebro.
Ação imunossupressora
A salsinha tem atividade imunossupressora. Quando se toma o chá de salsinha, ela derruba um pouco a atividade do sistema imunológico. Isso é interessante para pessoas que têm, por exemplo, alergias, que são reações do sistema imunológico.
Em casos de rinite alérgica, bronquite alérgica e outras alergias, a pessoa, tomando o chá de salsinha terá uma pequena regulação do seu sistema imunológico para que ele não ataque demasiadamente alguma coisa que entre no seu organismo e não crie um processo alérgico.
Pessoas cujo sistema imunológico já está baixo – por exemplo, que estão fazendo quimioterapia ou radioterapia – não devem tomar o chá de salinha, pois ele pode deprimir mais ainda o sistema imunológico.
Em momentos de doença, como gripes muito fortes, viroses, dengues, etc., nos quais o sistema imunológico precisa atuar, não se deve tomar o chá de salsinha pois ele irá reduzir a atividade do sistema imunológico.
O chá de salsinha é excelente para pessoas que passaram por transplantes (de fígado, de rim ou de coração, por exemplo), pois ele derruba o sistema imunológico para que ele não reaja contra o órgão que foi transplantado.
Ação analgésica e antiespasmódica
As sementes da salsinha têm uma atividade antiespasmódica, evitando as contrações dos músculos, e analgésica, e é muito eficiente para aliviar os sintomas de cólicas – como cólicas menstruais ou cólicas intestinais (quando a pessoa tem uma infecção intestinal) – e até mesmo dores de cabeça e algumas dores localizadas.
Não se deve utilizar as sementes compradas em casas de produtos agrícolas ou casas de ração, pois elas vêm tratadas com fungicidas e outros produtos químicos que são altamente tóxicos. A pessoa deve plantar sua própria salsinha, esperar ela florir, deixar que ela dê sementes e então recolher as sementes dela.
Não é fácil encontrar, mas é possível comprar o óleo de salsa, que é retirado das sementes de salsinha, em casas de produtos naturais ou farmácias de manipulação. Também é possível tomar o óleo de salsa em cápsulas.
Sistema reprodutor masculino
Existem homens que têm infertilidade pois não produzem espermatozoides na quantidade necessária ou seus espermatozoides não têm viabilidade (eles morrem antes do prazo necessário).
A salsinha é uma estimuladora da produção de espermatozoides e dá maior vitalidade para os espermatozoides. Em homens que querem ter filhos e não conseguem, o chá de salsinha pode ser um excelente estimulante. Também é possível fazer o chá com urtiga-branca, que é uma excelente estimuladora do sistema reprodutor masculino.
Sistema reprodutor feminino
No sistema reprodutor feminino, a salsinha aumenta a produção de hormônios femininos.
A salsinha, as folhas de amora e a artemísia, juntas, podem ser um medicamento excelente para casos de menopausa.
Ação anti-hipertensiva
A salsinha apresenta uma ação anti-hipertensiva, muito relacionada à orientação popular dela ser diurética.
São os sais, como o cálcio, o potássio e o magnésio, que elevam a pressão arterial. Quando uma planta é diurética, ela estimula uma maior produção de urina e um melhor funcionamento dos rins. Assim, há uma maior eliminação de sais, controlando a pressão arterial com mais eficiência.
Tratamento do câncer de mama
Existem pesquisas em andamento sobre o uso da salsinha – tanto o óleo essencial das sementes dela quanto a tintura (o extrato alcoólico) da parte verde dela – contra o câncer de mama. No estudo em laboratório, a salsinha inibiu desenvolvimento e causou redução das células do câncer de mama.
Pessoas que têm câncer de mama e sabem onde está o nódulo no seio podem aplicar o óleo essencial de salsa sobre a área, aplicar um macerado das folhas da salsinha com um pano quente por cima ou fazer um extrato alcoólico da salsinha e tomar.
Os testes foram realizados somente em laboratório (não com seres humanos), mas o uso da salsinha não tem efeitos colaterais e não há problemas em usá-la para verificar os resultados.