O que é pterígio
O pterígio é o crescimento anormal da conjuntiva, uma membrana transparente situada acima da esclera (parte branca do olho). A conjuntiva pode sofrer um espessamento em direção à córnea, iniciando um tipo de degeneração. Geralmente, o problema é causado pela radiação ultravioleta, sendo muito comum em pessoas que vivem em ambientes externos. Logo, o transtorno é bem mais frequente em países tropicais do que em regiões de clima predominantemente temperado.
Prejuízos à visão
O crescimento do pterígio pode se estender por um período indeterminado. Com isso, existe o risco de obstrução do centro visual. Algumas vezes, ao chegar no centro do olho o pterígio se infiltra na córnea, provocando cicatrizes permanentes e que comprometem a visão. Nesses casos, a única alternativa para o paciente seria um transplante de córnea.
Diferença entre pterígio e catarata
Muitas pessoas costumam confundir o pterígio com a catarata. Na verdade, a catarata é invisível a olho nu, exceto em casos extremamente avançados.
Como tratar o pterígio
O pterígio deve receber um monitoramento médico para verificar o tamanho e o grau de invasão da córnea, confirmando se há algum tipo de comprometimento visual. O paciente pode apresentar alguns incômodos, como irritação constante nos olhos e vermelhidão. Normalmente, o uso de um colírio lubrificante alivia os sintomas e permite que o indivíduo possa conviver com o problema.
Caso o pterígio comece a crescer e a ameaçar a visão do paciente, a cirurgia passa a ser cogitada. O procedimento cirúrgico também pode ser uma alternativa perante irritações crônicas ou consequências estéticas mais graves. A cirurgia é o tratamento definitivo para o pterígio.
Tipos de cirurgia
Existem vários tipos de cirurgia para tratar o pterígio. Na caso da técnica chamada popularmente de “raspagem”, o pterígio situado acima da córnea é removido. O problema desse procedimento é que o pterígio retoma o crescimento em 60% das vezes, uma elevada taxa de reincidência.
Durante muito tempo, pesquisadores tentaram criar uma cirurgia que fosse capaz de evitar o retorno do pterígio. Antigamente, fazia-se um tipo de radioterapia local. Entretanto, após 10 anos os médicos constataram que alguns olhos chegavam a ser perfurados em decorrência do afinamento causado pela referida técnica. Devido ao risco de perda de visão, o procedimento foi abandonado.
Com o passar dos anos, chegou-se ao melhor procedimento atual, que consiste no transplante de conjuntiva. Nesse caso, o pterígio também é removido. Contudo, o cirurgião remove um enxerto da conjuntiva localizada na parte superior do olho (ocultada pela pálpebra) e a insere sobre a cavidade anteriormente ocupada pelo pterígio. Com isso, o enxerto aturará como uma barreira para evitar um novo crescimento do pterígio. O risco de reincidência permanece, mas a taxa oscila entre 15 e 20%.
A cirurgia pode ser realizada via SUS. Embora o procedimento seja trabalhoso e o pós-operatório incômodo, não há o risco da intervenção cirúrgica culminar na perda da visão, receio manifestado por boa parte dos pacientes. Na verdade, esse tipo de complicação é raríssimo nesse tipo de cirurgia. Por outro lado, como qualquer procedimento médico, sempre existe alguma taxa de risco envolvida. Até uma simples injeção pode gerar alguma complicação, por exemplo. Além disso, vale lembrar que a cirurgia é o tratamento definitivo, já que o uso de colírios apenas fará com que o pterígio regrida.
Perda da visão
Atualmente, a incidência da perda visual é incomum nos caos de pterígio. Devido à difusão da informação a vários pontos do Brasil e do mundo, dificilmente alguém busca atendimento médico somente quando o pterígio começa a atrapalhar o eixo visual. O risco de perda da visão é mais comum em algumas regiões do Nordeste que estão afastadas dos grandes centros. De uma forma geral, como se trata de uma doença que se desenvolve gradualmente, o paciente já procura por um tratamento ao perceber que o pterígio está avançando.
Como evitar o pterígio
O pterígio pode sofrer certa influência genética, mas ela não é tão importante quanto o fator ambiental. Como citado anteriormente, o problema é muito comum em lugares que apresentam alta incidência de raios solares, como determinadas áreas da região Nordeste e algumas praias.
Além disso, outro aspecto importante é o hábito de não proteger os olhos com óculos escuros. Inclusive, vale enfatizar que a catarata também pode ser desenvolvida devido à elevada exposição dos olhos ao sol. Existem diversas situações que exigem a proteção dos óculos escuros, como a frequentação de praias e o trabalho realizado diariamente em vias externas.
Teoricamente, os óculos de sol fornecem a proteção ultravioleta adequada quando ela está próxima dos 100%. Todos os óculos podem vir com a inscrição “UVA e UVB”. Contudo, o consumidor deve desconfiar da informação de acordo com a procedência do produto, como é o caso dos óculos escuros comercializados por camelôs. Geralmente, algumas lojas ópticas reconhecidas possuem meios de medir a proteção informada. Assim, o indivíduo deve pedir que o estabelecimento comprove a proteção ultravioleta para que ele possa ficar tranquilo.
Os óculos escuros dilatam a pupila, favorecendo a entrada de um volume maior de raios solares. Logo, se o produto não fornecer a proteção apropriada, o usuário estará ainda mais exposto à radiação solar.
Como interromper o avanço do pterígio
A suspensão do crescimento avançado do pterígio pode ocorrer mediante o cuidado com os olhos em ambientes externos, como por meio do uso de óculos escuros. Contudo, vale enfatizar que a existência do pterígio não significa que ele necessariamente irá progredir ao ponto de afetar a visão. Por outro lado, o pterígio não regride espontaneamente.
Uso frequente de colírios
Muitas pessoas utilizam colírios diariamente. Desde que seja um lubrificante simples e puro não há problema. Já os colírios que possuem substâncias vasoconstritoras podem ser prejudiciais, pois eles tratam apenas o efeito, e não a causa. Esses produtos apenas bloqueiam os vasos, o que culmina no desaparecimento do pontos vermelhos. Geralmente, essa ação causa um “efeito rebote”, ou seja, os vasos voltam a se dilatar de forma mais intensa. Existe até o risco de formação de novos vasos. Com isso, o paciente inicia um ciclo vicioso, passando a usar o colírio com cada vez mais frequência até o momento em que o olho deixa de responder ao produto e se torna permanentemente vermelho.