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Pimenta: características
A pimenta é um condimento culinário muito consumido no mundo inteiro. De modo geral, todas as pimentas – como a pimenta cumari, dedo-de-moça, pimenta de cheiro, pimenta malagueta, etc. – têm o mesmo princípio ativo, as capsaicinas, e apresentam atividades muito parecidas. Cada pimenta tem a sua especificidade e uma concentração diferente de princípios ativos, mas de modo geral podem ser utilizadas da mesma forma.
As pimentas vermelhas e ardidas – diferente da pimenta-da-costa e da pimenta-do-reino, que são outros tipos de pimenta – fazem parte do gênero capsicum, como a Capsicum frutescens (pimenta malagueta), a Capsicum baccatum (a pimenta cumari ou dedo-de-moça, que são variedades de tamanhos diferentes da mesma pimenta) e a Capsicum chinense (a pimenta-de-cheiro, uma pimenta brasileira, muito utilizada na Bahia e no Nordeste).
No mundo, todos os povos, de alguma forma, encontraram espécies de pimenta e fizeram uso delas na culinária, tanto pelo seu sabor exótico e picante quanto por suas propriedades medicinais, conhecidas tradicionalmente há séculos, por exemplo, na medicina indiana e chinesa.
As pimentas têm concentrações diferentes de capsaicinas e picâncias diferentes. Existem pimentas doces, como a pimenta biquinho e o pimentão, que têm menos capsaicinas e não ardem, diferente da pimenta malagueta, da pimenta de cheiro e da pimenta dedo-de-moça, que têm maior concentração de capsaicinas e causam uma sensação de queimadura na boca, sempre sendo consumidas com moderação.
Segurança no consumo de pimenta
Exames demonstraram que o consumo de pimentas não causa mutação do material genético (DNA), ou seja, não tem risco de causar câncer no estômago, no intestino ou em qualquer outra parte do corpo, portanto é seguro consumir as pimentas.
Somente pessoas que sofrem de gastrites ou úlceras devem evitar o consumo das pimentas, pois, por conta das capsaicinas, elas aumentam a produção de suco gástrico e ácidos pelo estômago, agravando dores estomacais, azias, gastrites e úlceras estomacais.
Quem tem algum tipo de sensibilidade estomacal não deve consumir pimenta.
As capsaicinas podem aumentar o fluxo sanguíneo na região intestinal. Como as hemorroidas são veias inflamadas e inchadas, elas vão se agravar com o excesso de capsaicinas. Pessoas que têm hemorroidas também não devem consumir pimenta por conta dessa dilatação causada nos vasos sanguíneos.
Benefícios da pimenta
Ação anti-inflamatória
O consumo de pimenta pode ajudar a combater os efeitos de inflamações. No Rio Grande do Sul, identificou-se que a pimenta tem a capacidade de reduzir a produção de citosinas – substâncias que o próprio organismo produz em estado de inflamação, e que agravam o estado inflamatório.
Em casos de inflamação, como artrites, inflamações musculares ou inflamações na garganta, por exemplo, o consumo da pimenta vai inibir a produção dessas substâncias inflamatórias.
Ação antioxidante
Os antioxidantes são substâncias que combatem os radicais livres – substâncias que causam envelhecimento, degeneração das células, pioram quadros crônicos e quadros inflamatórios, e podem levar ao desenvolvimento do câncer.
O consumo de pimenta pode reduzir drasticamente o índice de radicais livres no organismo. Algumas pimentas têm uma capacidade antioxidante dezenas de vezes maior que a da vitamina C (ácido ascórbico), um dos melhores antioxidantes conhecidos e que é receitado para muitas pessoas como um medicamento convencional, pois estimula o sistema imunológico, etc.
Tratamento de inflamações musculares ou articulares
Um dos usos populares da pimenta é o tratamento de inflamações musculares ou articulares, como artrose, artrite, luxações, bateduras, etc.
Utilize um conjunto de pimentas, na dosagem de duas ou três colheres, triturando-as bem (até que não exista mais nenhuma pimenta inteira), e adicione um pouco de água. Molhe um pedaço de gaze nessa mistura, coloque sobre a área inflamada e passe outro pano por cima para segurar.
Essa preparação dura até 5 minutos, pois os princípios ativos da pimenta são irritantes para a pele. A preparação vai causar uma sensação de calor e ardência na área, aumentar o fluxo sanguíneo na região e, com isso, reduzir os processos inflamatórios e retirar a dor.
Porém, se o uso passar de 5 minutos, podem surgir queimaduras e bolhas na pele. Ao retirar, deve-se lavar a área com sabão imediatamente para neutralizar o efeito dos princípios ativos da pimenta.
Qualquer pimenta pode ser utilizada, até mesmo o pimentão, mas pimentas ardidas (como malagueta e dedo-de-moça) são as melhores nesses casos.
Pessoas que têm eczemas e problemas de pele, como fungos ou ataques bacterianos, também podem utilizar a pimenta sobre a área da mesma forma.
Esse tratamento pode ser feito duas vezes ao dia, e o efeito da pimenta vai se consolidando.
Se o uso passar muito do tempo adequado ou a pessoa tiver a pele sensível, podem se formar pequenas queimaduras e até bolhas na área.
Essa aplicação tem sido muito utilizada em casos de torcicolo (dores musculares que não permitem que a pessoa mexa o pescoço), aliviando os sintomas com eficiência.
Ação bactericida
As pimentas foram testadas e as capsaicinas têm uma ação bactericida eficiente.
Um estudo foi realizado com o uso das pimentas contra bactérias como a Salmonella e a Escherichia coli, duas causadoras de infecções intestinais muito sérias. O consumo de pimenta na alimentação
O consumo de pimenta pode ser feito de várias maneiras.
É possível retirar as sementes da pimenta, que são muito mais picantes que a polpa vermelha da pimenta, e utilizar a polpa para fazer, por exemplos, molhos apimentados ou chás de pimenta. A pessoa deve avaliar a reação da sua boca, pois, se tiver sensibilidade, pode ser muito picante.
Consumir a pimenta, por exemplo na alimentação, tem uma ação bactericida importante contra bactérias que causam infecções intestinais.
Em um estudo na Costa do Marfim, na África, os extratos de pimenta foram eficientes em combater o vibrião colérico, a bactéria causadora da cólera. Como na África a cólera é muito comum, existem muitas pesquisas nesse campo.
Ação fungicida
Em um exame feito no México, verificou-se a capacidade da pimenta de combater a Candida albicans, causadora da candidíase – que, em mulheres, causa uma infestação severa na região genital, com vários efeitos colaterais, e em crianças muito pequenas causa o “sapinho” na boca”.
Nesse exame foi demonstrado que a pimenta tem a capacidade de inibir em até 80% o desenvolvimento da Candida albicans.
Não é viável, em uso medicinal doméstico, fazer um banho de assento ou bochecho com a pimenta, pois a pícância pode ser insuportável ou até mesmo causar lesões na mucosa da boca ou da região genital.
Colocando a pimenta na alimentação, a comida vai ter maior durabilidade, pois a pimenta vai combater os fungos que atacam os alimentos.
Controle da diabetes
Na Tailândia, o uso de pimenta foi testado no controle da glicemia (açúcar na corrente sanguínea). Ela demonstrou uma capacidade não somente de reduzir as taxas de glicemia, como também de sustentar e aumentar a quantidade de insulina na corrente sanguínea.
Outro estudo conduzido na Jamaica demonstrou os mesmos resultados.
Um estudo desenvolvido na Itália verificou que os princípios ativos da pimenta-de-cheiro são inibidores da amilase e da glicosidase, duas enzimas que atuam no sistema digestivo, digerindo açúcares e facilitando a sua absorção. Se elas não atuam, o organismo não absorve esses açúcares, evitando, por exemplo, a glicemia pós-prandial, e ajudando a controlar os níveis de glicemia.
Ação bactericida e vermicida
Na Índia, o uso do extrato feito com as folhas da pimenteira foi testado contra bactérias e vermes intestinais. Demonstrou-se uma atividade moderada no controle de bactérias e impedindo o desenvolvimento de vermes intestinais. O extrato não tem a potência que talvez seja necessária para eliminar uma infestação de vermes ou resolver uma infecção severa, mas é um tratamento auxiliar.
Tratamento do Alzheimer
Um estudo conduzido na Itália demonstrou que o uso da pimenta-de-cheiro (mas outras pimentas também podem ser utilizadas) tem a capacidade de tratar o mal de Alzheimer.
As pimentas atuam no cérebro, impedindo a ação de algumas enzimas que retiram, do cérebro, um importante neurotransmissor chamado acetilcolina – que está envolvida com a saúde cerebral, com o aprendizado, com a memória e com o bem-estar, fatores que são perdidos com o desenvolvimento do Alzheimer.
Consumindo a pimenta, a acetilcolinesterase e a butilcolinesterase são inibidas e não conseguem retirar a acetilcolina do cérebro, o que pode melhorar o estado de saúde (o aprendizado, a cognição e até mesmo a memória) de pessoas com Alzheimer.
Tratamento do câncer
No México, uma pesquisa demonstrou que os princípios ativos das pimentas, em laboratório, têm uma ação inibidora do desenvolvimento de vários tipos de tumores.
A pimenta foi testada nos Estados Unidos, em animais de laboratório, e demonstrou uma capacidade de reduzir em até 50% o desenvolvimento dos tumores mamários.
Na Espanha, o efeito da pimenta sobre o desenvolvimento das células cancerosas do câncer da próstata foi melhor que o efeito dos medicamentos comuns para tratamento de câncer da próstata.
Quem sobre de câncer da próstata pode começar a incluir pimenta na alimentação como um tratamento alternativo.
Na Coréia do Sul, as capsaicinas tiveram um efeito inibidor das células de câncer do estômago testadas em laboratório. O consumo de pimenta pode ser indicado para evitar o desenvolvimento do câncer no estômago, principalmente em fase inicial.
Nos Estados Unidos, foi testado o efeito das capsaicinas sobre o desenvolvimento de câncer no pâncreas, e elas têm condição de inibir o desenvolvimento do câncer no pâncreas.
Esses testes demonstrando a capacidade da pimenta em combater o câncer foram realizados em células de cânceres de órgãos específicos, mas não descartam a possibilidade de a pimenta ser eficiente também para outros tipos de câncer, como câncer no cérebro, no fígado, nos rins, no intestino, etc.