Características da perfiloplastia
A perfiloplastia, que vem de “perfil”, nada mais é do que a associação de duas cirurgias muito conhecidas: a rinoplastia (a cirurgia plástica do nariz) e a mentoplastia (a cirurgia plástica do mento, que é o queixo).
Essa associação é feita porque as duas estruturas que mais mexem com o perfil são o nariz e o queixo e, em algumas situações, há uma associação muito grande entre elas.
O respirador bucal, que é um paciente que cresceu sem respirar direito pelo nariz, já que não entra ar pelo nariz, começa a abrir a boca para respirar. O mecanismo de crescimento do queixo é o contato côndilo na região superior do rosto. Quando esse contato é mantido, cresce toda a mandíbula. Quando o paciente cresce com a boca aberta pois não respira bem, a mandíbula não se desenvolve e o queixo fica para trás. É muito comum a pessoa ter um nariz grande, não respirar bem devido a um desvio de septo ou o aumento dos cornetos (popularmente chamado de carne esponjosa), e ter um queixo pequeno, o que lhe dá uma face não muito agradável no perfil.
Na perfiloplastia, o cirurgião diminui o nariz e posiciona melhor, para frente, o mento, dando um perfil mais adequado ao paciente.
É feito um estudo do conjunto das estruturas do rosto. A cirurgia plástica visa a beleza, que é a harmonização. Por isso, o queixo não pode ser muito para trás – geralmente deve estar alinhado à glabela, a linha entre as sobrancelhas.
Cirurgia plástica no nariz
Existem várias técnicas cirúrgicas, e é possível mexer em muita coisa no nariz. A parte de cima do nariz é osso, dura, e a parte de baixo é cartilagem. Existem pacientes que têm a giba aumentada, que têm um pouco de osso e cartilagem; existem pacientes que têm a ponta do nariz mais “gordinha”; e existem pacientes que têm tudo junto. Geralmente, o nariz mais agradável que se busca é com o dorso reto e a ponta levemente para cima, não muito arrebitada, sempre com um resultado natural. O ideal é que quem conheça o paciente depois da cirurgia não saiba que ele operou, não fique com uma “cara de cirurgia”.
Antigamente, a cirurgia era muito redutora: retirava cartilagem da ponta, retirava osso, e ficava um nariz pequeno, muitas vezes arrebitado, e o paciente não respirava absolutamente nada. Para tirar, só é necessário um corte, então era tudo feito internamente. Porém, muitas vezes o paciente tinha problemas respiratórios e o resultado não era natural nem duradouro.
Rinoplastia estruturada
Hoje, a rinoplastia moderna é chamada de “rinoplastia estruturada”, porque não só se retira do nariz, mas se estrutura o nariz. Ao retirar um pedaço de osso ou machucar a cartilagem, o cirurgião reestrutura aquilo que desestruturou. É necessário fazer muitos enxertos, presentes em quase toda cirurgia de nariz hoje. O enxerto é pegar um pedaço de cartilagem do septo, a parte do meio do nariz e que o divide (que tem um pouco de osso, um pouco de cartilagem), e colocá-lo na ponta do nariz, levantando-o, para dar um suporte e o nariz não cair. A parte do dorso é refeita quando é retirada. Para fazer isso, é necessário enxergar, pois é necessário dar pontos, fixando o nariz para que ele não saia do lugar. Por isso, a maioria das cirurgias hoje são feitas de forma aberta, não só por dentro. O cirurgião faz um pequeno corte na columela, levanta a pele e consegue enxergar melhor, simetrizar melhor e dar os pontos. A cirurgia é muito mais complexa hoje do que era há um tempo atrás.
Cirurgias de queixo
Nas cirurgias do queixo, existe a o aumento do queixo (que a maioria dos pacientes faz) e a redução do queixo. O aumento do queixo pode ser feito com próteses. Existe a prótese de silicone que, diferente da prótese de mama, que é um gel, é uma de silicone maciço (não duro, mas macio) e, por isso, não precisa ser trocada, porque não sofre um desgaste com o tempo. Existe a prótese de porex, que é um tecido poliutireno poroso, que é outro tipo de material. Ambas são colocadas por dentro da boca ou por baixo, mas a maioria das cirurgias é feita com um corte por dentro da boca, assim a cicatriz não fica aparente. O silicone não precisa ser parafusado, já o poliutireno poroso precisa.
As duas próteses jogam o queixo para frente, não mexem na parte da mandíbula. Em pacientes que precisam de um avanço maior ou que têm uma “papada”, quando o queixo fica para trás e mole, o avanço do mento é mais fisiológico e tem melhores resultados – ou seja, é necessário serrar o osso, trazer o mento para frente e colocar uma mini placa segurando-o. Além de permitir um aumento maior do que a prótese, essa cirurgia estica um pouco a papada, que se insere atrás do queixo. Isso é para casos não tão pequenos. Em pacientes que só precisam de um pequeno avanço, mais leve, utiliza-se a prótese, que é menos traumática do que serrar o osso e trazê-lo para frente.
Buraquinho no queixo
Existem pessoas que querem fazer o famoso “buraquinho” no queixo. É possível fazer, mas não é uma cirurgia muito procurada. É uma coisa que chama a atenção, mas que só combina com algumas pessoas. É necessário fazer uma aderência da pele na parte muscular, não é uma cirurgia tão simples.
Harmonia do rosto e expectativas cirúrgicas
A pessoa não pode escolher o nariz que ela quer ter, ela tem o nariz que pode ter, que está dentro da sua genética, do seu tipo de pele, de cartilagem, de osso e de face. Não adianta um paciente muito forte, muito grande, todo longilíneo, querer um nariz pequeno, pois fica esquisito. O nariz deve caber naquele contexto.
Os cirurgiões mexem muito com isso e com a expectativa do paciente. O paciente tem que ter uma expectativa real, não adianta esperar ter o nariz de uma amiga, da irmã ou de determinada atriz, pois se a pessoa é totalmente diferente não conseguirá chegar a esse resultado. A rinoplastia é para deixar o nariz da pessoa melhorado, mais harmônico, nunca deixá-lo o nariz de outra pessoa.
O psicológico da pessoa deve estar 100% saudável para que a cirurgia plástica seja um sucesso. A plástica busca a melhora da qualidade de vida para o paciente se sentir melhor, melhorando a sua autoestima. Mas, além de estar fisicamente bem, ele deve estar psicologicamente bem. Um paciente deprimido não irá achar a cirurgia boa, por melhores que fiquem os resultados, pois pode esperar muito mais do que a cirurgia pode dar. A estabilidade emocional é fundamental.
Para fazer uma cirurgia plástica, o paciente deve querer melhorar. Existem pessoas que estão muito felizes com a sua aparência e não devem mexer em nada, somente se algo realmente incomodar a ponto de querer mexer.