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Pequi: características
O pequi é uma planta conhecida no Brasil inteiro, muito utilizada, principalmente na alimentação, nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste.
Os nomes científicos das espécies do pequi são Caryocar brasiliense, que se desenvolve mais nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, ou Caryocar coriaceum, que se desenvolve mais na região Nordeste. Existem outras espécies de pequi no Brasil, como o pequiá.
O pequi é uma árvore tipicamente brasileira, que nasce em áreas de cerrado em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e em algumas áreas do Nordeste. Nativamente, o pequi só nasce no Brasil, mas hoje ele pode ser encontrado em outros países.
Existem algumas espécies de pequi que se desenvolvem até mesmo na região amazônica, mas a mais estudada é a Caryocar brasiliense – o pequi típico, encontrado com mais facilidade.
As demais espécies de pequi têm propriedades muito semelhantes ao Caryocar brasiliense, e podem ser utilizadas da mesma maneira.
A polpa do pequi (a parte amarela interna, que é comestível) é bastante nutritiva, e é utilizada na alimentação em muitas regiões do Brasil. As amêndoas (sementes) do pequi, apesar de pouco conhecidas, também são comestíveis. Também se produzem licores e óleo com o pequi.
Uma característica do pequi é a presença de espinhos muito finos ao redor da semente. Se uma pessoa ou animal come o pequi, provavelmente enche a boca de espinhos. Normalmente, todo pequi apresenta esses espinhos.
Porém, em 2014, no norte do Tocantins, foi identificado, na fazenda de um índio txucarramãe produtor de frutas na região, um único pé de pequi que não dava espinhos, uma deformação genética do pequi. Pesquisadores de muitos lugares coletaram frutos, sementes e tentaram fazer mudas dessa árvore para popularizar a produção desse pequi e facilitar o consumo de pequi. Hoje, já é possível encontrar comercialmente o pequi sem espinhos.
Usos populares do pequi
Popularmente, o pequi, na forma de chá, suco, creme ou óleo, é muito utilizado para tratar rouquidão, dor de garganta, tosse (na forma de xarope, utilizando açúcar ou mel) e como fortificante (por conta de suas potencialidades nutricionais). A polpa do pequi pode ser utilizada como curativo para pequenos ferimentos.
Ele também é utilizado topicamente para tratamento de dores musculares, dores reumáticas e contusões.
Toxidade do pequi
Quando o fruto do pequi é cozido em água, ele vai liberando óleo na água, que é recolhido e purificado para fazer o óleo de pequi (da mesma forma que é feito o óleo de dendê).
Foram conduzidos testes em cobaias utilizando o óleo de pequi por 30 dias. Com o uso do pequi, nenhum parâmetro (sangue, fígado, rins, pressão arterial, etc.) foi alterado.
Outro estudo realizado com o pequi demonstrou pequenas alterações em padrões sanguíneos, mas sem causar efeitos preocupantes.
O pequi se mostra uma planta bastante segura e que pode ser utilizada.
Benefícios do pequi
Importância nutricional e ação antioxidante
O pequi é uma fonte de vitamina A, importante para o sistema imunológico, para os olhos e para problemas de pele, além de ser um antioxidante importante no organismo.
Por conta da concentração de vitamina A e outros compostos, o pequi tem uma ação antioxidante, combatendo os radicais livres no organismo, que são responsáveis por infecções, inflamações, doenças crônicas, pelo envelhecimento, pela morte celular e até mesmo o câncer.
Várias universidades pelo Brasil têm estudado o uso do óleo de pequi como cosmético em produtos de pele, pois ele evita o envelhecimento e melhora a condição da pele. Ele evita vários tipos de problemas de pele e tem sido muito estudado para o controle da acne.
As folhas da árvore do pequi também têm uma excelente ação antioxidante.
Proteção do estômago
Os extratos das folhas da árvore do pequi foram capazes de prevenir a formação de úlceras e facilitar a sua cicatrização.
O chá das folhas do pequi pode ser feito utilizando uma colher de planta picada para cada xícara de água, tomando uma, duas ou três vezes ao dia.
No caso das úlceras gástricas, a pessoa pode tomar sempre antes das refeições para evitar que o processo digestivo ataque mais ainda as úlceras, evitando as dores e o desconforto.
Controle do colesterol
O uso do óleo de pequi demonstrou excelente ação no controle do colesterol e das triglicérides. Após 30 dias de consumo do óleo de pequi, as cobaias do teste (que foram induzidas à obesidade) tiveram uma redução muito significativa do nível de triglicérides na corrente sanguínea e de colesterol total (a soma de todos os colesteróis no organismo – colesterol HDL, LDL, sérico, etc.). Ele aumentou expressivamente a concentração do colesterol HDL, o colesterol “bom” para o organismo.
Esses resultados demonstram que o pequi é um excelente auxiliar do coração, pois pode evitar e combater doenças cardiovasculares como arteriosclerose, trombose e outros problemas causados pelo excesso de colesterol no organismo.
Quem não tem acesso ao óleo de pequi pode consumir a polpa do pequi (na alimentação ou fazendo preparados com ela), pois o óleo é extraído da polpa do pequi.
Controle da pressão arterial
Outro estudo com o óleo de pequi demonstrou que ele é capaz de controlar a hipertensão arterial. Pessoas que têm pressão alta, com o consumo do óleo de pequi, têm uma ação hipotensora.
Em outro estudo, utilizando as folhas do pequi, a planta demonstrou uma capacidade vasorrelaxante – ela relaxa os vasos sanguíneos, aumenta a passagem de sangue e, com isso, reduz a pressão arterial com eficiência.
Ação neuroprotetora
O fruto do pequi tem uma casca verde e grossa por fora, que guarda as sementes e a polpa em seu interior. Essa casca foi utilizada para produzir um extrato que teve uma ação neuroprotetora, principalmente em casos de isquemia cerebral. Também é possível utilizar a casca do pequi na forma de chá ou tintura.
A isquemia cerebral é quando um coágulo de gordura, ou mesmo de sangue, bloqueia a passagem de sangue nos vasos muito finos que irrigam determinado ponto do cérebro. Normalmente, por falta de oxigênio e nutrição, esse pedaço do cérebro morre.
Se essa área for muito grande, a pessoa pode ter sequelas de vários tipos, como uma paralisia. Se for uma área pequena, a pessoa não tem as sequelas, mas é um risco muito alto.
A casca do fruto do pequi teve uma ação prevenindo as consequências negativas das isquemias cerebrais.
Ação anti-inflamatória e analgésica
O uso tópico do óleo do pequi teve uma excelente ação anti-inflamatória. Em casos de dores articulares, artrites e reumatismo, por exemplo, massagear a área com óleo de pequi pode ser eficiente.
O uso do extrato da polpa do pequi, consumido oralmente – na forma de suco, batendo a polpa do pequi com água, ou mesmo comendo a polpa do pequi – foi capaz de reduzir a intensidade das dores e inflamações das artrites.
Outra pesquisa demonstrou os efeitos positivos do óleo de pequi no tratamento de inflamações de pele, como dermatites, dermatite atópica e eczema. É possível utilizar o óleo de pequi sobre a área, com efeitos muito benéficos, principalmente por conta de sua ação antioxidante e da concentração de vitamina A.
Ação cicatrizante
O pequi é muito utilizado popularmente como cicatrizante. Utilizado em feridas, o óleo de pequi acelera o processo de cicatrização e melhora a qualidade dos tecidos que se regeneram.
Ação antifúngica
Nos casos de frieiras, micoses, panos brancos e outros ataques fúngicos no organismo, o uso da folha da árvore do pequi teve uma excelente ação antifúngica, combatendo, inclusive, fungos difíceis de serem combatidos com os antifúngicos comerciais recomendados pelos médicos.
Ação bactericida
O uso das folhas do pequi teve uma ação eficiente combatendo vários tipos de bactérias. Elas podem ser utilizadas em casos de feridas infeccionadas, infecções de garganta ou outras infecções no organismo causadas por bactérias.
Tratamento da leishmaniose
A leishmania é um microrganismo transmitido pelo mosquito-palha, principalmente em áreas de floresta, que entra no organismo e começa a destruir os tecidos. Existe a leishmaniose cutânea, que destrói a pele e forma feridas incuráveis, e a leishmaniose visceral, quando a mesma coisa ocorre internamente com os órgãos (como o fígado, o pâncreas e os rins). Existem pessoas que morrem de leishmaniose.
Em testes, os extratos das folhas do pequi tiveram uma excelente ação combatendo a Leishmania amazonensis, uma espécie de leishmania que ocorre na região amazônica.
Controle da doença de Chagas
O extrato da casca do tronco do pequi demonstrou ótimos resultados em inibir o desenvolvimento do Trypanosoma cruzi no organismo e combater a doença de Chagas, que causa o inchaço do coração e pode levar à morte.
Tratamento do câncer
Testado em laboratório (não com humanos), o extrato das folhas do pequi demonstrou uma capacidade de reduzir em mais de 70% o desenvolvimento de células de câncer ósseo, chamado de osteosarcoma, um câncer maligno e que é letal.