Causas da infertilidade feminina
Clamídia (doença sexualmente transmissível)
Uma das infecções que a mulher pode adquirir através do contato sexual é a clamídia, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que ao entrar em contato com o trato genital da mulher pode causar uma infecção silenciosa (assintomática, na maior parte dos casos). Caso não seja tratada em tempo hábil, a clamídia pode culminar na obstrução das trompas uterinas, e assim levar à infertilidade.
Endometriose
A endometriose é uma doença que geralmente causa diversos males à mulher, pois é acompanhada de intensas cólicas menstruais, dores abdominais (mesmo fora do período menstrual), e dores durante a atividade sexual. Além disso, mesmo as variantes mais leves da endometriose pode levar à infertilidade.
A endometriose afeta cerca de 6 milhões de brasileiras. A doença é muito frequente e precisa ser tratada o mais precocemente possível para evitar sequelas, as quais podem ser irreversíveis.
Síndrome dos ovários policísticos
Na Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), surgem pequenos cistos nos ovários, o que dificulta o funcionamento regular desses órgãos, os quais são responsáveis pela reprodução hormonal que acarreta a ovulação. Logo, o comprometimento gerado por esses cistos prejudica a ovulação e, assim, a mulher pode acabar apresentando dificuldades para engravidar.
A síndrome dos ovários policísticos pode ser acompanhada de outros sintomas, como aumento de pelos no corpo, acne, e obesidade.
O tratamento do problema é simples, e uma vez tratada, a maioria das mulheres tem condições de engravidar espontaneamente. O primeiro tratamento consiste em normalizar a ovulação, o que pode ser feito por meio da administração de medicamentos indutores de ovulação. Um das opções muito utilizadas por boa parte dos ginecologistas é o citrato de clomifeno.
Caso a paciente não apresente uma boa resposta a esse medicamento, existem alternativas que podem cumprir o mesmo objetivo. As gonadotrofinas, por exemplo, são remédios ligeiramente mais fortes do que o citrato de clomifeno e normalmente indicados às mulheres que não reagiram bem à este.
É comum que esse problema dos ovários acabe resultando em um quadro obesidade ou de síndrome metabólica. Se a mulher consiga manter um peso adequado e um IMC (índice de massa corporal) aceitável, o controle da parte hormonal será sensivelmente facilitado. Algumas vezes, basta perder peso para que a mulher consiga ter ciclos regulares.
Além das drogas de ovulação, existem alguns medicamentos que podem ser usados para controlar a resistência insulínica exibida pelas portadoras dos ovários policísticos.
Caso a SOP seja o único fator que esteja prejudicando a fertilidade da mulher, geralmente para engravidar basta que ela realize o tratamento indicado (como as ultrassonografias de monitoramento) e tenha relações sexuais durante seu período ovulatório.
Nas situações em que outros fatores estejam correlacionados aos ovários policísticos (muitas vezes o homem também apresenta alguma alteração no espermograma) podem ser necessárias outras técnicas que possam fazer a mulher engravidar. Além da indução da ovulação, também é possível fazer a ovulação intrauterina e a fertilização in vitro (popularmente conhecida como “bebê de proveta”). Nesse caso, os óvulos são fertilizados pelos espermatozoides em laboratório e os embriões obtidos nessa fertilização são transferidos para o útero.
Câncer
O câncer infelizmente tem acometido um grande número de indivíduos jovens (tanto homens como mulheres), e boa parte dos tratamentos utilizados para combater essa neoplasia acabam causando infertilidade. Ademais, sessões de quimioterapia e radioterapia pode levar à perda definitiva da fertilidade.
Ao ser diagnosticada com câncer, é extremamente importante que a mulher, caso ainda não tenha engravidado, inicie um tratamento voltado à preservação da fertilidade antes de começar a terapia antineoplásica. Muitas pacientes procuram pelos ginecologistas somente após concluírem o tratamento contra o câncer, quando já pode ser tarde demais para que a mulher consiga restabelecer o bom funcionamento de sua função ovariana.
Portanto, é imprescindível que, antes de iniciar o tratamento dos cânceres de mama e ovário, linfoma e leucemia, ou de qualquer outro tipo de tumor que demande a realização de uma cirurgia agressiva ou de um tratamento quimioterápico e radioterápico, a mulher procure antecipadamente por um serviço visando preservar sua fertilidade.
Índice de massa corpórea irregular
Atualmente, sabe-se que o peso corporal é um fator importante no que tange à fertilidade da mulher. Os extremos (peso muito baixo e obesidade mórbida) são consideravelmente prejudiciais à fertilidade feminina. Ao se deparar com uma mulher que não detém o peso adequado, uma das primeiras ações do ginecologista deve ser indicar um acompanhamento nutricional e médico voltado ao controle de peso. Com frequência, basta uma normalização do peso e do índice de massa corpórea para que a mulher consiga engravidar de forma natural.
Tabagismo
É comprovado que mulheres fumantes tem menores chances de engravidar, além de exibirem maior risco de abortamento. Logo, a partir do momento em que a mulher manifeste o desejo de engravidar, o cigarro deve ser completamente abolido.
Álcool e outras drogas
O consumo de álcool e outras drogas também merece atenção, pois essas são substâncias que podem comprometer o funcionamento dos ovários, e, por conseguinte, o processo reprodutivo, e até a própria gestação.
Influência da idade na infertilidade feminina
A infertilidade atinge uma elevada porcentagem de homens e mulheres. Essa taxa aumenta de acordo com o avanço da idade da mulher, pois os folículos com os quais a mulher nasceu sofrem um processo de degradação progressiva até a menopausa.
Analisando de forma isolada uma única tentativa de engravidar, a grosso modo, pode-se dizer que, mulheres com idade inferior a 30 anos tem cerca de 25% de chances de terem sucesso nessa sua tentativa de engravidar. Aos 35 anos, a probabilidade de gravidez nessa tentativa cai para 15%, enquanto que aos 40 anos a taxa gira em torno de 10%, já por volta dos 45 anos de idade, essa porcentagem passa a ser bastante insignificante. Por essas razões, o ideal é que a mulher também leve em consideração o fator idade na hora do planejamento para se tornar mãe.
Anormalidades cromossômicas
Além da redução da probabilidade de uma gravidez bem sucedida, a idade avançada também aumenta o risco de abortos. Isso se deve ao envelhecimento e à perda da qualidade dos óvulos, e que também podem refletir na ampliação das anormalidades cromossômicas (os cromossomos estão presentes no interior dos óvulos), o que amplifica o risco de formação de embriões anormais, que são aqueles que não possuem chances de se implantarem de forma adequada, e nesses casos, a gravidez acaba não evoluindo como deveria e, a mulher sofre um aborto espontâneo.