Mutações somáticas em frutas
Há relatos de uma laranja-pera que, plantada há dois anos, sofreu uma interferência (uma espécie de mutação) que os meios científicos costumam chamar de “quimeras”: a casca apresenta duas cores (verde e amarelo) muito nítidas e bem divididas. Essa mutação ocorre de duas maneiras dentro da célula vegetal.
As plantas, e os seres vivos de modo geral, são compostos por tecidos de células. Essas células se dividem. No caso da célula vegetal, existe duas divisões, chamadas de “mitose” e “meiose”. Quando a mutação ocorre na mitose, ela é chamada de mutação somática, e a característica da mudança – no caso dessa laranja, o epicarpo (a parte externado fruto) verde e amarelo – não passa para os descendentes.
Quando a mutação é embrionária, que ocorre na meiose da célula, ela passa para os descendentes.
Essas mutações são comuns, principalmente em se tratando de Citrus da família das rutáceas, na qual a laranja está inserida.
A laranja é uma planta importante no país: o Brasil é um o maior produtor de laranja no mundo, e Sergipe é um dos maiores produtores do país. Por isso, ela recebe muitas intervenções, inclusive intervenções em laboratório através da engenharia genética.
Hoje, são provocadas uma série de induções, através de raios e produtos químicos, para criar híbridos ou cultivares benéficos – por exemplo, a laranja e a tangerina sem sementes, que são frutas paternocárpicas, muito desejáveis.
As mutações somáticas não têm nenhuma interferência no fruto em si, e são mutações espontâneas (que não são induzidas). Os frutos mutantes podem ser consumidos normalmente, pois é uma intervenção apenas nos tecidos do epicarpo do fruto. Mesmo que atingisse todo o fruto, ele poderia ser consumido, pois não é uma doença da planta, mas sim uma mudança dos cromossomos na célula da planta.