Características do “mata-cacau”
Na região cacaueira do sul da Bahia existe uma árvore chamada “mata-cacau” ou “curumuxatiba”.
Ela é chamada de “mata-cacau” pois o cacaueiro, plantado sob sua sombra – no sistema ombrófilo, chamado de “cabucra” na região –, era comprometido, e chegada até a falecer em virtude dessa proximidade com a planta.
Estudando esse vegetal na década de 60, o cientista Doutor Paulo de Tarso Alvim, na época diretor do Centro de Pesquisas de Cacau, ligado à CEPLAC, chegou à conclusão de que se tratava de uma planta que não era conhecida cientificamente.
Ele enviou a planta para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e a Doutora Graziela Maciel Barroso, pesquisadora na área de palntas superiores, identificou como sendo uma nova espécie da família Santalaceae.
Em homenagem a Paulo Alvim, a Dr. Graziela nomeou essa planta como Acanthosyris paulo-alvinii.
Curumuxatiba é uma denominação indígena atribuída a ela porque tinha frutos e sementes comestíveis: “curu” quer dizer “folha”, “muxa” alimento, “ti” semente” e “ba” fruto.
Ela mede em torno de 12 a 15m de altura, e tem um tronco áspero, com fissuras, ereto e de cor cinza. A sua copa é oval, pouco aberta, e ela tem ramos que apresentam espinhos esporádicos.
Suas folhas são grandes, de 10 a 15cm de comprimento, e suas flores são esverdeadas e agrupados.
O fruto trata-se de uma drupa globosa, de 7 a 10cm de comprimento, com casca grossa. As suas sementes são brancas, redondas e moles, com a casca também mole, e medem de 4 a 6cm de diâmetro.
Tanto o fruto como as sementes são comestíveis e saborosos.
É uma planta denominada endêmica, porque ocorre em uma determinada região, e geralmente está localizada no sul da Bahia, muito comum na região entre o município de Ubaitaba até o extremo sul do município de Itamaraju.
É uma planta ornamental, hidrófita, que pode ser plantada em parques, praças e avenidas.