Você vai ver nesse artigo:
Indicação de cirurgia refrativa
A cirurgia refrativa a laser visa a diminuição ou, em certos casos, eliminar totalmente o grau de óculos, que muitas vezes faz com que as pessoas necessitem da correção dos óculos ou lentes de contato constantemente, se sentindo limitadas para atividades esportivas, convívio social, etc.
É uma opção nos casos adequados para pessoas que têm grau de óculos (chamado de vício de refração), no caso da miopia (que afeta a visão para longe, a distância), hipermetropia e astigmatismo.
Cada caso é um caso, e deve ser feito um estudo individual da pessoa. As máquinas a laser tem o poder de corrigir até aproximadamente 10 dioptrias (popularmente conhecidos como graus) para miopia, e até próximo de 6 graus para hipermetropia ou astigmatismo.
As pessoas às vezes buscam a cirurgia refrativa por uma questão de incômodo com o uso diário dos óculos, buscando qualidade de vida e liberdade, para entrar no mar, ir à academia e praticar esportes – não só por uma questão estética. Às vezes a pessoa tem um empecilho no ambiente de trabalho com os óculos ou lentes de contato, o olho seco pode arder ou incomodar devido ao ambiente poluído. É menos uma preocupação no dia a dia tão atarefado e corrido das pessoas.
Essa cirurgia é feita quando a pessoa está com o grau estabilizado, o olho deve estar maduro. Começa-se a fazer uma análise da possibilidade dessa cirurgia a partir dos 18 anos. Menos que isso não é recomendado, pois o olho não está maduro. A partir dos 18 anos a pessoa se torna uma candidata a essa cirurgia com o grau estando estável há pelo menos um ano.
Antes da cirurgia, é realizada uma análise criteriosa. A pessoa deve ter um certo histórico de consultas oftalmológicas rotineiras por um certo tempo. Não se pega o paciente na primeira oportunidade e já indica a cirurgia. Deve-se conhecer o grau, a dioptria, da pessoa. Verificar se ela preenche os critérios quanto a idade, a saúde, o grau e a estrutura da córnea, pois a cirurgia é, a princípio, feita na córnea – a lente transparente que se apresenta nos olhos, que tem “um brilho”.
A córnea deve ter uma estrutura adequada, porque é feita praticamente uma escultura na córnea, um micropolimento, “tatuando” como se fosse o grau dos óculos na estrutura da córnea, ajustando como o foco da luz que vem do meio ambiente entra no olho e foca para que a pessoa tenha uma visão nítida sobre a retina, que é o “filme da máquina fotográfica” no interior dos olhos.
O grau dos olhos é muito importante antes de fazer a cirurgia. O grau estar estabilizado é condição sine qua non para a cirurgia refrativa, além dela ter uma idade adequada e o conhecimento do grau (de preferência com seguimento), verificando pelo histórico da pessoa que o grau está estabilizado há pelo menos um ano.
Resultados e expectativas
Deve-se fazer uma análise da necessidade da pessoa do grau de longe e de perto, suas atividades, e explica-la as realidades do resultado que pode ser atingido por essa técnica, verificando as expectativas da pessoa quanto ao procedimento.
É feito um esclarecimento do que pode ser atingido de resultado no caso individual da pessoa, levando em consideração os exames que ela apresenta. A máquina de laser tem uma capacidade de correção de grau, mas deve-se verificar se a anatomia e a estrutura da córnea da pessoa estão dentro do adequado para que se consiga fazer o micropolimento, atingindo o grau que a pessoa necessita para ter um êxito, uma boa qualidade de vida e boa visão sem os óculos.
Pré-operatório da cirurgia refrativa
Além de ver a estrutura externa (a córnea, onde é aplicado o laser), também são feitos exames de fundo de olho para verificar se a pessoa tem um olho íntegro por dentro, se não tem outras doenças, outras patologias que devam ser vistas nos exames pré-operatórios.
Se a pessoa usa lente de contato, por exemplo, necessita ficar um período sem a lente para que se possa checar com precisão o grau exato da pessoa, sem que sua visão esteja viciada pela lente, para poder aplicar o laser com segurança.
Durante a cirurgia, a pessoa não pode estar utilizando maquiagem nem ter nenhum sinal de inflamação ou infecção nos olhos, como olhos vermelhos, conjuntivite, etc. Tudo isso deve ser avaliado, estudado e tratado adequadamente para que se tenha o melhor resultado possível e êxito total com o procedimento.
É uma cirurgia, em termos médicos, “day hospital” (ou hospital dia). É um procedimento ambulatorial, então não há necessidade da pessoa ficar internada no hospital. É um procedimento em que o trâmite dentro da sala de cirurgia demora entre 15 e 20 minutos. Não é necessário trocar de roupa. A pessoa deve ter ficado um tempo longo sem lentes de contato. O ato cirúrgico em si, a aplicação do laser (que é uma luz), é rápido – questão de 5, 6, 7 segundos. É um procedimento rápido, com uso de gotas de colírio anestésico (a chamada anestesia tópica), não precisa de injeção ou agulhas.
A cirurgia pode ser feita tranquilamente sem sedativos, a pessoa está acordada. Acabando o procedimento, a pessoa levanta da maca e já sente o resultado imediato.
O refrator é um aparelho que tem um jogo de lentes dentro, onde se vê o grau de óculos e o grau que será tratado, usado numa consulta de rotina oftalmológica.
Tempo de recuperação
A recuperação visual após a aplicação de laser, o resultado final, leva em torno de 1 mês, mas a pessoa já sente a recuperação visual de mais de 80% da sua visão logo de imediato, em questão de 24 a 48 horas. A pessoa já sente uma melhora significativa num período curto de tempo. Muitos pacientes acham até que a visão já está melhor do que os próprios óculos ou lentes já no dia seguinte.
Retoque
Sendo um grau estável, uma miopia que já estagnou, uma pessoa que já está com o grau congelado, uma pessoa madura, com 25 anos, a tendência é não retornar mais o grau. É uma cirurgia tão segura que, em determinados casos, se houver a necessidade de fazer um complemento (chamado de retoque) existe a possibilidade. Porém, são casos mínimos. A maioria dos pacientes sentem uma satisfação tão grande que, mesmo que fique um resíduo mínimo de grau, preferem não fazer retoque.
Cirurgia refrativa para presbiopia
Com mais idade, a cirurgia refrativa a laser muda um pouco. A oftalmologia evoluiu muito de 20 anos para cá. Primeiro, teve o advento do laser, que teve um grande impacto em 1995. A tecnologia foi liberada pelo FDA (o orgão que controla medicamentos e alimentos – food and drugs) em 1995, e de lá para cá se popularizou com total segurança.
Nos idosos vem a questão da presbiopia, que é a dificuldade na visão de perto, a vista cansada. A pessoa tem que esticar o braço para poder ver, e precisa usar os óculos para enxergar de perto. Em pessoas acima de 45 anos que a presbiopia (ou braço curto) chega mais forte. Para isso, existem outras tecnologias que também avançaram muito em pouco tempo, com o advento de implantes de lente intraocular bifocais, que corrigem longe e perto ao mesmo tempo. Isso impacta a qualidade de vida das pessoas, pois o ser humano hoje, com a longevidade, não quer somente viver mais, mas também participar e ser ativo nesse mundo dinâmico.
A cirurgia para presbiopia, além do laser, pode também ser realizada com implante de lente intraocular, uma prótese que substitui o cristalino – a lente natural do ser humano, que fica por trás da íris (a parte colorida do olho) – que está cansado pela idade).
Cor dos olhos
Dizem que olhos mais claros são mais sensíveis. Na cirurgia refrativa, a coloração da íris, ou seja, o colorido do olho (castanho, mel, esverdeado ou azul), não influi, pois se está mexendo na córnea, que é a lente primeira do olho, “que brilha”. A íris não afeta.
As pessoas de olho claro também não têm maior propensão a doenças pela cor da íris. O fato de ter uma íris azul ou castanha não interfere. Existe a questão de prevenção, pois cada etnia tem uma propensão diferente a patologias, doenças, como glaucoma (que é a pressão ocular elevada). Pessoas de pele mais parda têm mais propensão a glaucoma.
As pessoas de origem caucasiana, europeia, na questão da retina, podem ter degenerações relacionadas à idade. Cabe à pessoa ver a questão de histórico familiar e fazer consultas de rotina.
A cirurgia refrativa é uma tecnologia que veio para ficar, consagrada há décadas e que oferece total segurança para a população.