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Importância do pós-operatório nas cirurgias
Alguns cirurgiões relatam que, a cada dia que passa e quanto mais pacientes são operados, mais percebem o quanto o pós-operatório é importante. Não adianta fazer uma cirurgia dentro de toda a técnica se as orientações do pós-operatório não forem seguidas, pois a paciente estará colocando tudo a perder.
Na cirurgia geral, quando são operados pacientes com hérnia umbilical ou hérnia inguinal, o cirurgião dá alguns pontos para fechar aquela hérnia e orienta que o paciente não pode pegar peso ou fazer esforço. Se o paciente não seguir as orientações e pegar peso antes da hora, esses pontos rompem e a hérnia volta.
Dentro da cirurgia geral, como em qualquer procedimento cirúrgico, o cuidado pós-operatório é importante.
Cuidados pós-operatórios na cirurgia plástica de abdome
Os cirurgiões plásticos fazem muitas abdominoplastias, que muitas vezes são associadas com a lipoaspiração. É sabido que, na abdominoplastia, o cirurgião puxa, estica e faz um descolamento da pele. Fazendo esse descolamento para puxar a pele, prejudica-se um pouco a circulação. Com a lipoaspiração, essa circulação pode ser prejudicada mais um pouco.
O médico que fez a cirurgia sabe o cuidado que deve ser tomado no pós-operatório com a vascularização da pele do abdome. No pós-operatório imediato, na hora de dar alta ao paciente, o cirurgião verifica a sua circulação. Se a circulação da pele estiver ótima, o médico orienta a pessoa deve usar a cinta e seguir a orientação de andar curvada, pois se andar reta ela pode forçar os pontos e alargar a cicatriz. Se o cirurgião verifica que a circulação não está muito boa, orienta a paciente a não usar a cinta no pós-operatório, pois ela pode apertar aquela pele e prejudicar a circulação.
Se a paciente não seguir essa orientação, por ouvir falar que ao não usar a cinta sua cirurgia não vai modelar a sua cintura e que precisa usar a cinta apertada para ter uma cintura fina, pode prejudicar a cirurgia a ponto de faltar sangue para aquela pele do abdome, os pontos abrirem todos e a paciente ter uma complicação séria. Só o médico está apto para opinar sobre esses detalhes da cirurgia, pois ele que acompanhou e viu como o organismo da paciente reagiu a aquele trauma cirúrgico e como sua circulação está no pós-operatório.
Cuidados pós-operatórios na cirurgia plástica de mama
Isso serve também para outras cirurgias, por exemplo a colocação de prótese de mama. As pacientes são orientadas a não se deitarem sobre a mama durante 30 dias no pós-operatório, pois caso se deitem sobre a mama aquela prótese pode sair do lugar, pode ocorrer uma mobilização do implante, e a paciente, depois, ter assimetria mamária, com uma prótese mais alta do que a outra, uma complicação que possivelmente precisará de outro procedimento cirúrgico para corrigir e colocar essa prótese no lugar.
Por esses motivos, alguns cirurgiões entendem que a cirurgia plástica não é uma atividade fim, aquela em que é possível dar uma garantia de resultado. Na cirurgia plástica, não há garantia de resultado, pois ele não depende só do cirurgião.
O cirurgião tem um cuidado, uma preocupação com simetria. Na colocação de um implante, há a marcação da loja que será colocada e o cirurgião pede para o anestesista levantar um pouco as costas da paciente para verificar se a altura da prótese está igual. O cirurgião se preocupa com vários detalhes da cirurgia.
Na mamoplastia, o cirurgião verifica se uma cicatriz está do tamanho da outra. O cirurgião tem compassos e réguas para medir essa simetria. Se, no pós-operatório, a pessoa usar um sutiã que não foi o recomendado ou se deitar sobre essa mama, podem acontecer algumas complicações que podem prejudicar o resultado.
Outros cuidados no pós-operatório das cirurgias plásticas
Na abdominoplastia, o cirurgião faz uma cicatriz no abdome, preocupado com a simetria, e orienta o paciente a andar encurvado no pós-operatório. Se a paciente, já no primeiro final de semana, vai comer um churrasco com as amigas, comemorar ou fuma no pós-operatório, pode comprometer os resultados. O cigarro faz com que os vasos se fechem e prejudica a circulação dos tecidos, comprometendo a cicatrização, e os pontos podem abrir. O médico não tem responsabilidade sobre isso se ele deu todas as orientações.
Em alguns casos, o médico recomenda usar uma cinta, mas não muito apertada, pois pode prejudicar a circulação do abdome. Quando essas orientações não são seguidas, posteriormente pode-se ter uma cicatriz larga, os pontos podem abrir ou a pessoa pode ter uma cicatriz com um aspecto ruim.
Outro ponto que às vezes não é responsabilidade nem do paciente, nem do médico, é a questão do potencial genético a ter uma cicatriz hipertrófica, que é uma cicatriz alta, ou uma cicatriz com queloide. Quando a pessoa tem uma cicatrização ruim no pós-operatório, o cirurgião irá cuidar, usando desde uma fita de silicone, medicações serem prescritas e até a questão de como foram dados os pontos na pele. São tantas variáveis que a melhor forma de tentar controla-las é desde o cuidado pré-operatório, tendo a história clínica de que a paciente tem um potencial de queloide, já orientá-la, e utilizar um fio que não absorve para não dar uma reação inflamatória na cicatriz. O cirurgião tenta controlar tudo isso e, no pós-operatório, também orienta o uso de medicação, etc.
Esse cuidado pós-operatório é tão importante quanto a cirurgia e quanto os cuidados pré-operatórios, e segui-lo é um dos pontos chaves para ter um procedimento bem sucedido.
O cirurgião deve ter uma história clínica adequada do paciente e um zelo do procedimento, e o paciente deve ter um cuidado no seu pós-operatório. Isso pode garantir um resultado melhor, lembrando que algumas variáveis muitas vezes não podem ser controladas nem pelo cirurgião, nem pelo paciente.
É possível tratar uma possível complicação que possa aparecer no pós-operatório. Seguindo essas orientações as chances de acontecer complicações são muito reduzidas. Cada paciente é especial e necessita de um cuidado especial que só o médico que o operou pode dar.