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Técnicas de transplante capilar
Muitos abandonam o sonho de deixar de ser careca pelo medo do transplante capilar e da cicatriz que ele deixa, mas hoje o procedimento pode ser feito sem corte.
Fazendo uma analogia, na técnica FUT (Follicular Unit Transplantation), tem-se uma floresta de 10 alqueires, corta-se 3 do centro, unindo-os e ficando com 7. As unidades do grupo de árvores cortado são então separadas.
Na FUT corta-se uma faixa de couro cabeludo, geralmente na nuca, deixando uma cicatriz linear, em seguida os folículos são separados e transplantados fio a fio.
Na técnica FUE (Follicular Unit Extraction), pega-se uma árvore, pula duas ou três e retira-se outra – ou seja, retiram-se unidades espalhadas, de forma que as que ficam sejam suficientes para cobrir os vazios das que foram tiradas; e as retiradas são plantadas nas áreas calvas.
Como ocorre a calvície
O folículo que nasce com predisposição para a alopecia androgenética sofre ação da di-hidrotestosterona (DHT) e encolhe até morrer. O fio que a pessoa vê na escova ou no ralo do banheiro não é motivo de preocupação, pois nascerá de novo. A pessoa não vê o fio acometido pela calvície cair, pois ele sofre um processo de atrofia progressiva até desaparecer.
No caso masculino, quase na totalidade, a alopecia é androgenética – ou seja, herdada dos pais. Já no feminino existe uma grande parcela de calvície, mas também outras patologias – alopecia areata, distúrbios do couro cabeludo, eflúvio telógeno, etc.
Vantagens da técnica FUE de transplante capilar
Na FUE, por conta das cicatrizes puntiformes, praticamente imperceptíveis, o paciente não fica limitado a ter cabelos compridos, e pode raspá-los. Além disso, 90% dos pacientes não precisam tomar analgésicos, o restante toma medicações leves, como Tylenol. Para alguns, o que gera a dor no transplante capilar é a cicatrização.
Outra vantagem da FUE é a possibilidade de extração de folículos de outras partes do corpo que não o couro cabeludo. Como não é gerada uma cicatriz linear, se a área doadora do couro cabeludo acabar, é possível recorrer à barba ou ao tórax, por exemplo, o que é vantajoso para quem tem calvície extensa.
Se o paciente não tiver barba, parte-se para o tórax, se não houver pelos ali, parte-se para membros inferiores, como a perna. Quanto mais distante do couro cabeludo, mais diferente o folículo é. Os fios que não são do couro cabeludo são mais tortuosos, mais finos, não são ideais para o transplante, e não devem ser usados para preencher a linha anterior, apenas o meio e a coroa.
Há relatos de um paciente de 18 anos que foi diagnosticado com câncer, fez quimioterapia, perdeu todo o cabelo, e tem poucos pelos no peito. Nessa idade, o paciente talvez não fique contente com somente um pouco de cabelo. Existem casos em que não é possível fazer o transplante, porém, há alternativas, como próteses capilares de excelente qualidade, além de micropigmentação e outros tratamentos não cirúrgicos.
Procedimento cirúrgico do transplante capilar
No transplante capilar são retirados cerca de 3.000 unidades de cabelo em um único dia. O procedimento pode durar até 10 horas. São extraídos folículos de 1, 2, 3 e 4 fios. Como tem o poder da escolha, o cirurgião faz uma coleta seletiva: se o paciente precisa de muita densidade capilar, seleciona-se mais unidades de três fios. Para a linha anterior ficar perfeita, transplanta-se ali somente unidades de um fio. É uma técnica extremamente artesanal, cujo pós-operatório é tranquilo.
O transplante capilar com corte (FUT) é indicado, por exemplo, para quem não raspa o cabelo, já que a cicatriz deverá ser escondida pelos cabelos. Em algumas clínicas, 30% dos pacientes ainda fazem FUT, que vem sendo cada vez menos realizada na Europa. Já a FUE vem crescendo, nos Estados Unidos ela é a escolhida para cerca de 70% dos transplantes capilares, e é a preferida de muitos brasileiros.
Manipulação dos folículos capilares no transplante
Antes muitos tinham medo do transplante capilar, pois muitos fios eram perdidos ao realizar o procedimento. Isso era um erro de execução da técnica. Seja pela FUT ou pela FUE, estudos mostram que 95 a 97% dos fios transplantados nascem, desde que manipulados corretamente.
Para o transplante, são feitas pequenas incisões de 0,7 a 0,8 milímetros no couro cabeludo, e ao invés de transplantar o folículo com pinça, ele pode ser colocado em um aparelho chamado keep – desenvolvido pelo Doutor Korai Erdogan –, e simplesmente empurrado para dentro do couro cabeludo. Os folículos são muito sensíveis, e se a inserção deles for com pinça, eles serão traumatizados, já com o keep, eles não sofrem danos e praticamente todos vão nascer.
Cuidados após a cirurgia
Em qualquer uma das técnicas, mas principalmente na FUE, os cuidados são mínimos. É necessária somente lavar cautelosamente a cabeça para não arrancar os enxertos nos primeiros dez dias. Deve-se evitar exercícios físicos por uma semana. São precauções básicas de um pós-operatório, mas tranquilas.
Depois que o cabelo nasce, a pessoa pode pintá-lo, fazer escova e levar uma vida normal, pois ele vai crescer normalmente e não tem característica genética para a calvície.
Profissionais qualificados para o transplante capilar
Quem estiver interessado em fazer um transplante capilar deve procurar um profissional qualificado. Os médicos membros da International Society of Hair Restoration Surgery e da World FUE Institute são muito bem recomendados.
Na FUE, há relatos de pacientes que dizem que nem os cabeleireiros deles descobriram que operaram, pois a cicatriz não é visível.