Helicobacter pylori: o que é?
Cerca de 50% da população mundial tem a Helicobacter pylori, bactéria gram-negativa que vivo no estômago do ser humano.
Até a década de 80 não se sabia que uma bactéria poderia causar úlceras ou câncer, para os médicos a causa das úlceras, tanto gástricas quanto duodenais, era por estresse, nervosismo ou erro alimentar.
No início da década de 80 um patologista australiano, Dr. John Robin Warren, descobriu que úlceras poderiam ser causadas por uma bactéria, e ele convidou um gastroenterologista, Dr. Marshal, para certificar se isso era verdade, este engoliu uma cultura de Helicobacter pylori e começou a passar mal, teve dor epigástrica muito forte, ânsia, náuseas, e desenvolveu problemas sérios no estômago, confirmando que a bactéria causava problemas gástricos.
Quando iam em congressos compartilhar suas descobertas, os dois era motivo de chacota, até que em 2005, os dois estavam jantando na Austrália, quando Dr. Warren recebeu um telefonema comunicando que eles seriam laureados com o prêmio Nobel de fisiologia e medicina pela descoberta que fizeram há cerca de 20 anos.
Pessoas tinham seus estômagos removidos por conta de úlcera, e sofriam, morriam sangrando, com emagrecimento importante. Esses médicos mudaram a história de uma doença.
Por que a Helicobacter pylori causa gastrite?
O estômago tem um muco protetor, como uma clara de ovo que o reveste, que impede que o que comemos machuque o estômago, e a Helicobacter pylori diminui ou acaba com essa proteção, além disso ela penetra na parede do estômago causando um processo inflamatório importante. Assim, quando se é infectado por essa bactéria, a pessoa tem sintomas que prejudicam o estômago inteiro.
Essa bactéria pode levar à três rumos, ou essa bactéria fica na saída do estômago, chamada de antro, e a pessoa vai desenvolver úlcera tanto nessa região do estômago quanto no duodeno, a segunda opção é ou a bactéria fica no meio do estômago causando atrofia na mucosa gástrica, uma alteração celular chamada de metaplasia intestinal – existe três tipos dela, e a do tipo 3, mais rara, pode levar ao câncer gástrico, chamado de adenocarcinoma. Por fim, se ela permanecer também no meio do estômago, outra possibilidade é desenvolver uma doença autoimune no estômago, também conhecida como anemia perniciosa, onde se dosa no sangue da pessoa as anti células parietal, e averigua-se que mais de 90% das pessoas vai dar positivo, a pessoa tem uma doença autoimune ocasionada pela Helicobacter pylori.
Diagnóstico
Existem várias cepas (tipos) dessa bactéria, algumas, mais agressivas, levam à doenças, outras, menos, não. O diagnóstico envolve o exame de endoscopia digestiva alta, em que o médico colhe material e envia para o patologista, que analisa se contem essa bactéria. Ocasionalmente a pessoa não tem sintomas, mas tem a bactéria, então pode se tratar antes de desenvolver a doença.
Se você não tem sintomas, se não está emagrecendo, se não tem dor no estômago, não deve ficar preocupado, existe uma chance de ter essa bactéria, mas mesmo que a tenha ela não está te prejudicando. É diferente de quem tem os sintomas, faz o diagnóstico e tem a bactéria, isso demanda tratamento, pois quando antes isso for feito melhor será, para não deixar evoluir para uma úlcera, câncer ou doença autoimune no estômago.
Outras formas de diagnóstico
Pode-se fazer um teste sorológico para ver se tem anticorpo da Helicobacter pylori no sangue, se der negativo, você não tem, se der positivo, terá que fazer uma endoscopia. O grande problema do exame de sangue é que ele não negativa, se fizer tratamento para matar a bactéria e realizar novo exame de sangue, ele sempre dará positivo, ou seja, não é interessante dosar o anticorpo para pesquisar a Helicobacter pylori, o ideal é fazer a endoscopia, porque assim o médico pode ver se o estômago do paciente tem alguma lesão mais grave, ainda tem a possibilidade de fazer a biópsia, que é o padrão ouro de diagnóstico.
Depois de três a quatro meses de tratamento, pode repetir a endoscopia para averiguar se erradicou a bactéria e o tratamento foi eficaz.
Forma de transmissão da Helicobacter pylori
Não se sabe ao certo como se dá a transmissão da Helicobacter pylori.
Tratamento convencional
O tratamento não pode ser visado apenas para matar a bactéria. O tratamento convencional é feito com omeprazol e dois antibiótiocos, que são a amoxacilina e a claritromicina, o tratamento clássico é feito por 7 dias e depois continua tomando o omeprazol por mais 28 dias.
Se a pessoa fizer o tratamento clássico e estiver com a imunidade baixa, com nível de vitamina D baixo, cortisol alto, não dorme direito, está passando por crises na vida pessoal. A chance de recidivar é muito grande. Por isso tem que se tratar a base, e só então fazer um tratamento adequado.
Tratamentos alternativos
Recomenda-se melhorar a imunidade do paciente acertando a alimentação dele, pois muitos alimentos diminuem a imunidade, como o trigo, e o cloridrato de betaína pode ocasionar deficiência de enzimas digestivas, e com isso come-se proteína animal e há dificuldade para digeri-la. Muitos médicos recomendam o nosódio de Helicobacter pylori, é uma homeopatia, como se fosse uma vacina de Helicobacter pylori, onde se toma de cinco a dez gotas por dia desse composto no CH23, por quatro a seis meses.
Em alguns casos, que já tem ulcera e gastrite erosiva, entra-se também com o tratamento convencional. A cúrcuma longa tem ação importante antibacteriana. Também recomenda-se prata coloidal.