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O que é gravidez ectópica
A cada 100 gravidezes registradas, cerca de 3% delas ocorre na parte externa do útero, ou seja, em um local inabitual, como as trompas. Portanto, o termo gravidez ectópica se refere à gestação que se desenvolve fora da cavidade uterina. A maior frequência aponta para as trompas, mas também esse tipo de gravidez também pode ocorrer nos ovários.
Causas da gravidez ectópica
No caso da gravidez ectópica, os espermatozoides se deslocam até o óvulo, mas este se locomove até o útero. Isso ocorre pela incapacidade do óvulo fecundado em deslizar pelas trompas. Esse impedimento geralmente é causado pela existência da endometriose ou alguma sequela de alguma doença inflamatória na trompa. Logo, há uma deficiência dos mecanismos de transporte do ovo (pré-embrião que está iniciando sua vida). O embrião possui uma memória genética que informa o dia no qual ele deve ser implantado. Dessa forma, essa etapa ocorrerá independentemente do local em que o óvulo esteja, seja ovário, trompa ou colo do útero.
Complicações da gravidez tubária
Ruptura da trompa e risco de morte
O problema da gravidez tubária é o desenvolvimento insatisfatório. Além disso, esse tipo de gestação pode provocar um rompimento na cavidade abdominal e gerar risco de morte à mulher. Neste caso, a gestação progride até o momento em que ocorre a ruptura da trompa. Essa abertura acarretará um sangramento, que embora não seja volumoso se torna persistente, fazendo com que a paciente comece a manifestar dores, tonturas e desmaios.
Levada ao hospital, é comum que a mulher chegue já em estado de choque devido à elevada perda de sangue, o que exige a realização de uma cirurgia de urgência. Caso essa gravidez ectópica tubária seja detectada antes do rompimento descrito acima, o problema pode ser mais facilmente gerenciado.
Perda da gravidez e da trompa
Vale destacar que, uma vez instalada na trompa, a gravidez será definitiva, o que denota a impossibilidade de deslocamento do óvulo para o local ideal. Na verdade, a gravidez tubária culmina com a suspensão da gestação e, geralmente, com a perda da trompa.
Cirurgias para preservação da trompa
Existem técnicas cirúrgicas que podem ser efetuadas visando a preservação da trompa. No entanto, cabe observar que gravidez tubária se deve ao fato da própria trompa apresentar algum problema, como endometriose ou alguma outra doença inflamatória. Assim, essa trompa que já estava doente tem seu estado agravado, pois passa a apresentar as cicatrizes inerentes à gravidez tubária.
Diante disso, a preservação de uma trompa pós-gravidez tubária é discutível sob alguns aspectos. Conforme o estado da trompa, a conservação dela pode se tornar inviável, com o risco de causar mais complicações para a paciente, inclusive no que tange a uma nova gravidez tubária.
Diagnóstico da gravidez tubária
Não há nenhum exame específico que aponte o risco de uma mulher desenvolver uma gravidez tubária. Porém, há a histerossalpingografia, que consiste em uma radiografia das trompas que pode evidenciar alguma lesão parcial. Cabe frisar que uma obstrução completa em uma das trompas impede a gravidez naquela lateral. Contudo, o maior problema reside nas trompas que não são totalmente fechadas ou saudáveis. Nesta circunstância, há a passagem do espermatozoide e o encontro dele com o óvulo. Mas, o último não consegue atravessar a trompa adequadamente.
A histerossalpingografia é um exame capaz de detectar alterações nas trompas, mas ele só costuma ser realizado em mulheres que estejam tentando engravidar.
Gravidez tubária relacionada aos ovários policísticos
É importante esclarecer que a gravidez tubária não possui qualquer relação com a síndrome dos ovários policísticos, que se trata de uma doença funcional ligada à ovulação. Na verdade, as enfermidades vinculadas à gravidez tubária são a endometriose e doença inflamatória pélvica.
Gravidez com apenas um trompa
É perfeitamente possível que uma paciente consiga engravidar mesmo possuindo apenas uma trompa. Todavia, a mulher que já apresentou uma gravidez tubária deve se atentar ao risco de reincidência do problema na trompa restante. Em resumo, pacientes que já tiveram uma gravidez tubária tem mais chances de exibir essa complicação do que outras mulheres que nunca a manifestaram.
Cuidados com a próxima gestação
A próxima gestação de uma paciente acometida pela gravidez tubária deve ser acompanhada desde o início. O ultrassom deve ser feito já a partir do momento em que mulher perceber o atraso na menstruação. Com esse monitoramento é possível verificar se a gravidez está posicionada corretamente. A constatação prévia do mau posicionamento da gestação (fora do útero) permite, ao menos, a realização de um tratamento que vise evitar a reposição sanguínea ou a cirurgia emergencial.
Mulheres que já tiveram gravidez tubária devem, primeiramente, fazer uma radiografia da outra trompa a fim de confirmar as chances de uma nova gestação. Em segundo lugar e desde que a outra trompa esteja normal, o início da nova gravidez deve ser avaliada para descobrir se ela é tópica (desenvolvimento no útero) ou ectópica (fora do útero). Caso a gravidez ultrapasse o terceiro mês, ela já é considerada normal.
As pacientes que possuam endometriose na outra trompa devem tratá-la com o intuito de diminuir o risco de uma nova gravidez tubária. Além disso, em mulheres que exibam lesões de trompa significativas é comum recorrer à fertilização in vitro para igualmente evitar a mesma complicação.