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Fluoxetina: o que é e para que serve
A fluoxetina é um dos primeiros inibidores da recaptura seletiva da serotonina, e foi sintetizada na década de 70 e lançado na década de 80 como a substância do prazer, com o nome comercial Prozac, então fluoxetina é a substância, e Prozac é o nome referência.
Na verdade a fluoxetina atua aumentando os níveis séricos de serotonina, ela é um antidepressivo serotoninérgico. Há outros antidepressivos que atuam na noradrenalina, na dopamina etc.
Indicação
Ela tem evidências grandes de eficácia para tratar depressão, distimia, TOC, transtorno de pânico, transtornos ansiosos em geral como o TAG, e também para bulimia, mas também pode ser usada para ansiedade social (antes chamado de fobia social), para transtorno disfórico pré-menstrual (aquele transtorno de irritabilidade, de oscilações de humor que acompanha o período pré-menstrual), também pode ser usada para comportamentos impulsivos do transtorno borderline de personalidade, e para depressão bipolar (ela deve ser usada com cuidado, sempre junto com um estabilizador do humor).
Como ela age no organismo
Ela aumenta os níveis de serotonina entre os neurônios, porém, não é isso que leva a melhora da pessoa que toma fluoxetina, esse aumento ocorre poucas horas após tomar o comprimido, só que o que vai levar a pessoa à melhorar é uma alteração na membrana do neurônio, que faz com que a velocidade de comunicação de um neurônio para o outro seja alterada, e essa mudança demora de duas a seis semanas para acontecer. Então, se você toma fluoxetina um dia, quando você está se sentindo mais ansioso ou triste, isso não levará a nenhum efeito terapêutico, pelo contrário, pode até ocasionar alguns efeitos colaterais.
Doses terapêuticas
Elas variam de 20 à 80mg, sendo que algumas pessoas vão melhorar com menos de 20mg, e outras que toleram muito bem, já que são metabolizadores rápidos da fluoxetina, e irão precisar de doses maiores do que 80mg. É importante fazer esse tratamento sob supervisão médica.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais da fluoxetina e da maioria dos antidepressivos se dão nas duas primeiras semanas de tratamento, porque existe essa subida muito rápida do nível de serotonina, e isso faz com que o corpo demore um tempo para se adaptar, mas isso depende de cada organismo. Normalmente ocorre perda de apetite, isso em geral ocorre nas primeiras semanas podendo durar até três meses, depois o apetite tende a voltar para o nível normal, ou seja, a fluoxetina não está associada à ganho de peso e pode ajudar a emagrecer no início, mas depois esse efeito tende a se perder. Então pessoas que tomam fluoxetina durante muito tempo para emagrecer, em geral isso não dá muito certo.
Ela pode, no início do tratamento, aumentar um pouco os níveis de ansiedade, a irritabilidade, a agitação e a insônia, além de causar efeitos gastrointestinais, como dor de estômago, e levar à alterações intestinais, como soltar o intestino.
Algumas pessoas têm efeitos diferentes, como sonolência e lentificação, mas isso não é comum, e sim que ela comece a aumentar esse estado de agitação da pessoa, isso pode ser bom para quem está com uma depressão muito anérgica, com muito pouca energia, mas ruim para quem tem muita ansiedade, pois pode piorar os sintomas ansiosos no início do tratamento. Pacientes ansiosos tomem podem tomar fluoxetina, mas com uma dose muito baixa dela, para que não tenha esses efeitos colaterais iniciais.
Formas de apresentação
No Brasil, há as apresentações em cápsulas de 20mg e em gotas, que é 20mg/ml, nessa apresentação uma gota equivale a 1mg. Para pessoas ansiosas, às vezes começa-se com uma gota por dia, e aumentando devagar para a pessoa não ter efeitos colaterais.
Principais cuidados quando se toma fluoxetina
Quando se toma fluoxetina, ela aumenta os níveis de serotonina, e atinge o pico no sangue depois de quatro a oito horas da ingestão do comprimido. Ela demora um tempo muito grande para ser eliminada do corpo, depois que se para de tomar fluoxetina, pode demorar de duas até quatro semanas para o corpo conseguir eliminar todos os metabólitos (para conseguir metabolizar completamente a fluoxetina), isso pode ter um efeito bom, pois a pessoa para de tomar, e o corpo não vai ter muito efeito colateral, já que vai eliminando lentamente a fluoxetina, por outro lado se a pessoa tiver efeitos colaterais, mesmo que parar de tomar fluoxetina, ela irá circular no organismo de duas até quatro semanas. Essas particularidades tem que ser vistas pelo médico antes da prescrição da fluoxetina.
A fluoxetina tem uma grande interação medicamentosa, ela interage com vários remédios aumentando o nível deles, ela pode aumentar o nível de remédios para pressão, também anticoagulantes, assim, se tomar outros remédios avise o médico, que deve pesar bem o custo-benefício de associar a fluoxetina por conta disso.
Grávida pode tomar fluoxetina
Na gestação a fluoxetina é considerada um antidepressivo seguro, pois como ela é antiga e foi muito usada, muitas mulheres engravidaram tomando a fluoxetina, e os filhos dessas mulheres foram acompanhados durante décadas, e foi constatado que a fluoxetina não leva a nenhum problema para o feto. Assim, se precisar escolher um antidepressivo na gestação, a fluoxetina é um dos de primeira escolha.
Criança pode tomar fluoxetina?
Ela também é considerada segura e aprovada para tratar crianças, sempre sob supervisão médica e diagnóstico adequado.
Idoso pode tomar fluoxetina?
Ela também pode ser usada em idosos, para os com mais de 65 anos, é interessante começar com doses pequenas, e ir aumentando devagar, porém, em geral idosos tomam outros remédios, então se a pessoa está tomando um anti-hipertensivo ou um anticoagulante, talvez não seja boa ideia introduzir a fluoxetina, e valha a pena introduzir um outro antidepressivo que seja eficaz mas que não tenha essa interação medicamentosa.
Visão geral
A fluoxetina é um antidepressivo antigo, mas muito seguro – não causa dependência, não está associada ao organismo se acostumar com ela – e eficaz, aprovado como primeira opção para tratar depressão e transtornos ansiosos, e para quem está com falta de energia, ou que tenha uma depressão com muito aumento de apetite e hipersonolência, a fluoxetina pode ser uma boa escolha porque pode dar essa ativação e diminuir o apetite nos primeiros meses.
Para pessoas que tem quadros ansiosos ou já muito agitados, a fluoxetina pode aumentar essa agitação no início. Para quem tem uma perda de apetite talvez a fluoxetina não seja a primeira escolha, pois pode diminuir o apetite no início, e tem que ter muito cuidado com a interação medicamentosa, e ter em mente que ela demora muito tempo para sair do organismo uma vez que pare de tomar ela.