Menopausa: causas, sintomas e fitoterápicos para combatê-la
A menopausa não é uma doença, mas uma fase da vida pela qual toda mulher passa, com ou sem sintomas. Trata-se do final da vida fértil, quando o sistema reprodutor tem uma baixa da produção hormonal e não produz ou amadurece mais os óvulos.
Esse processo traz sintomas, e alguns deles são bastante incômodos e precisam ser trabalhados para garantir qualidade de vida.
A menopausa começa aproximadamente a partir dos 45, 50 anos. No primeiro ano depois da última menstruação regular da mulher, ocorre um período chamado climatério, uma fase de adaptação na qual os hormônios interrompem as atividades, as menstruações ficam mais espaçadas, e começam a se manifestar os sintomas da menopausa.
O climatério pode durar até 3 anos, mas normalmente dura 1. Ao fim dele, a mulher entra na menopausa, que é quando as menstruações suspendem definitivamente e continuam os efeitos desse período.
O grande problema da menopausa e do climatério é a redução da produção de hormônios, como a progesterona e o estrogênio, ligados à vida reprodutiva, à saúde dos ovários, do útero e da gestação. Esses hormônios começam a ser produzidos em maior quantidade a partir da puberdade, atuando na formação dos seios e no amadurecimento dos folículos ovarianos, etc.
Reposição hormonal para tratar a menopausa
Normalmente, o médico sugere a reposição hormonal (tomar hormônios ao invés de produzi-los), que traz efeitos colaterais. Existem pesquisas que demonstram que a reposição hormonal pode levar ao desenvolvimento de, por exemplo, miomas no útero, câncer do útero e câncer de mama. Ela alivia bastante os sintomas, porém oferece riscos.
Alternativa à reposição hormonal
Uma alternativa é procurar um nutricionista, que programará, de acordo com o biotipo e ritmo de vida da mulher uma dieta para esse período, visando melhorar o sono, diminuir o estresse, combater a osteoporose, etc. A forma como a mulher se alimenta pode ser muito importante para aliviar esses sintomas.
Sintomas da menopausa
O principal, mais frequente e reclamado sintoma da menopausa, são os calores, chamados de fogachos, que parecem vir do tórax para a cabeça, causando sufocamento. Existem pessoas que não conseguem ficar paradas no mesmo lugar e precisam de ventiladores, mesmo no frio. Para dormir no inverno, precisam estar em lugares bem ventilados e frescos, sentem muito calor durante o dia, no trabalho, em casa, etc.
Outra reclamação frequente na menopausa são os suores noturnos. A pessoa acorda ensopada, precisando trocar de roupa e os lençóis da cama, pois sua muito durante a noite.
As mulheres nesse período ficam mais estressadas, irritadas, e isso interfere nas relações interpessoais.
A mulher tem dificuldade para dormir e acorda várias vezes durante a noite. Isso também interfere na qualidade de vida, pois quem não dorme bem tem vários outros problemas – como enxaquecas e dores de cabeça, comuns e frequentes durante esse período.
Há também a osteoporose. Em decorrência do decréscimo da produção hormonal, há uma dificuldade de se acumular cálcio no organismo e fixá-lo nos ossos. Começa a chamada osteopenia (porosidade dos ossos), que leva a fraturas e problemas sucessivos, e que precisa de tratamento pois pode ser grave.
Cansaço, prostração, desânimo e falta de vontade, também estão ligados à parte sexual – ou seja, há falta de libido e de lubrificação vaginal. São mulheres com 45, 50 anos, com vida sexual ativa, que sofrem com incômodos na relação sexual por conta da secura do canal vaginal e da falta de libido. Isso também compromete a felicidade, a satisfação com a vida sexual, e a harmonia do casal.
Plantas para menopausa
Para quem sofre de alguns desses sintomas ou de todos eles, existe um conjunto de plantas medicinais.
Prímula
A prímula é uma margarida que não nasce no Brasil, a não ser se cultivada. O óleo dessa flor melhora a atividade do sistema reprodutor feminino, o que pode ser importante para controlar os efeitos da menopausa, como os calores. Na Europa, o óleo de prímula é muito utilizado nesse período.

No Brasil, a prímula pode ser encontrada em cápsulas, tanto em farmácias convencionais como de manipulação, e às vezes também em casas de suplementos ou de produtos naturais. Deve-se comprar um produto de qualidade e tomar pelo menos duas cápsulas por dia.
Erva-de-são-joão
A erva-de-são-joão é um analgésico que ajuda principalmente no climatério, regulando as menstruações, evitando o excesso menstrual (dismenorreia) e até mesmo as cólicas menstruais.
Quitoco
O quitoco exerce ação anti-inflamatória para o sistema reprodutor feminino, principalmente para o útero, podendo ser utilizado para cólicas, dores e regular menstruações.
Louro comum
O louro comum, utilizado para temperar o feijão, pode ser muito útil para tratar infecções e inflamações do ovário, e até cisto no ovário, pois estimula a produção hormonal ovariana.
Folha da amora
A folha da amora (amora de jardim, amora miura, etc.) tem fitoestrógenos, substâncias que se assemelham com hormônios como o estrogênio, por exemplo, e estimulam os receptores de estrogênio. Com a baixa de estrogênio, a folha da amora ajuda a mulher a ter um melhor aproveitamento do estrogênio na corrente sanguínea.

Flor do coqueiro comum
A flor do coqueiro comum (do coco verde, que se toma na praia), fechada, aumenta a produção de progesterona e evita menstruações abundantes.
Salsinha
A salsinha, utilizada como tempero na alimentação, exerce ação sobre o sistema reprodutor feminino, estimulando a produção de hormônios, porém, não deve ser consumida em excesso, pois pode ser levemente tóxica para os rins e o fígado, além de poder causar fotossensibilização. Ao consumi-la durante um período muito longo ou em doses muito altas, a pele fica mais sensível ao sol e suscetível a queimaduras. Uma colher de sobremesa de salsinha picada para cada xícara de água é o ideal para um chá, que deve ser tomado duas vezes ao dia.
Soja
A soja é uma planta muito importante para o tratamento da menopausa e para a saúde do aparelho reprodutor feminino, e deve ser consumida desde o começo da vida fértil da mulher, em torno dos 14, 15 anos, pelo menos uma xícara ao dia. As orientais têm muito menos problemas como mioma, câncer no colo do útero, câncer de mama e cistos no ovário por conta do consumo cotidiano de soja, que, ajuda, por meio das isoflavonas, a controlar a produção hormonal.
Artemísia
A artemísia é uma planta afrodisíaca, melhora a lubrificação vaginal, o desejo sexual e o desempenho sexual da mulher, portanto vale a pena utilizar o chá dela.
Ela também é um potente analgésico. O chá dela pode ser utilizado para controlar as dores de cabeça.

Maca peruana
A maca peruana, uma beterraba que nasce no alto da Cordilheira dos Andes, pode ser encontrada em forma de suplementação nutricional ou em cápsulas nas farmácias de manipulação. Tomando em torno de 3g ao dia de maca peruana (uma colher de sobremesa, meia colher pela manhã e meia no final do dia), a mulher terá uma melhora significativa da vitalidade, do desejo sexual e do desempenho sexual.
Damiana
A damiana, uma planta de jardim que nasce espontaneamente em muitos lugares, aumenta o número de orgasmos, melhora a lubrificação vaginal e a satisfação sexual das mulheres. O chá dela pode ser a solução para a falta de desejo sexual durante a menopausa.
Maracujá
Para mulheres que sofrem com estresse, insônia e nervosismo durante a menopausa, algumas plantas podem ser utilizadas. O maracujá (passiflora) é excepcional como calmante e relaxante. É leve, mas traz bons resultados para facilitar o sono e o relaxamento.
Mulungu
O mulungu é uma árvore presente em todo o Brasil, em vários tipos e espécies, cuja casca do tronco exerce importante atividade relaxante muscular e facilitadora do sono (ansiolítico).
Colônia
A colônia é outra planta muito presente em jardins pelo país, também é chamada de gengibre rosa, pacová ou falso-cardamomo. As flores dela, assim como os talos, têm propriedade anti-histérica – ou seja, acalmam, relaxam e facilitam o sono, até mesmo em crianças, e podem ser utilizadas como chá.
Valeriana
A valeriana (que não é uma planta brasileira) é uma flor cor-de-rosa cujas raízes exercem potente atividade ansiolítica. Ela é muito utilizada na Europa e nos Estados Unidos.
Mulungu com valeriana e com maracujá
Em farmácias de manipulação é possível encontrar cápsulas, tanto de mulungu, quanto de valeriana e de maracujá (passiflora). Também é possível fazer a combinação entre elas, como mulungu com valeriana, ou mulungu, valeriana e maracujá. Existem formulações prontas: no caso do mulungu com valeriana, deve-se comprar 250mg de cada uma dentro da cápsula. No de mulungu, valeriana e passiflora, deve-se pedir a composição com 150mg de passiflora, 250mg de mulungu e 100mg de valeriana.
Ginseng
Se o problema é falta de energia e vitalidade, o ginseng, uma planta coreana, cujas raízes são tônicas, ativa a circulação sanguínea e melhora o desempenho físico – além da maca peruana, que também aumenta a vitalidade. Se a pessoa está cansada, prostrada, pode utilizar o chá da raiz do ginseng ou cápsulas dele.
Olguinha
Existem plantas eficientes para tratar dores de cabeça e enxaquecas na menopausa. Uma delas é a olguinha, um pequeno crisântemo, não tão fácil de encontrar, que se parece com a camomila ou com a margarida, tem um cheiro forte e exerce excelente ação analgésica.
Picão-preto
O picão-preto, planta comum que nasce em hortas, cantos de rua, terrenos baldios, quintais e vasos, exerce potente ação analgésica. As folhas dele podem ser utilizadas para fazer chá.

Em associação com o picão, é indicado o uso da erva-de-são-joão, também um potente analgésico para dores de cabeça e enxaquecas, além de exercer leve ação ansiolítica. O uso do picão-preto é indicado também em associação com a artemísia.
Erva-doce
Outra planta eficiente para tratar enxaquecas e dores de cabeça é a semente de anis, chamada de erva-doce. Pode-se comprar sementes dela e fazer um chá, colocando duas colheres de chá dessas sementes para ferver na água durante dois minutos, deixar repousar por 5 minutos e tomar.
É possível associar essas plantas sem problema, como o picão-preto e a semente de anis, a olguinha e a artemísia.