Fibrose no pós-operatório da cirurgia plástica
Ao pesquisar sobre cirurgias plásticas, principalmente sobre lipoaspiração e abdominoplastia, se encontra uma palavra que gera muita preocupação na maioria das pessoas: a fibrose.
As fibroses nada mais são do que cicatrizes. Assim como temos cicatrizes na nossa pele, após um corte ou um trauma, geramos uma cicatriz como resposta àquele trauma. Internamente acontece a mesma coisa. A fibrose é o resultado da cicatrização interna.
Qualquer cirurgia realizada no nosso corpo gera cicatrizes internas, sejam menores ou maiores. Sempre que se provoca um trauma no organismo, seja através das cânulas da lipoaspiração ou com descolamentos maiores, como nas mamas redutoras e abdominoplastias, o organismo vai reagir àquele trauma formando cicatrizes internas, que tem o objetivo de colar aquele tecido interno e volta-lo ao normal, como era antes da cirurgia. Porém, essa tentativa do organismo em gerar essa cicatrização muitas vezes pode gerar as fibroses e comprometer o resultado estético das cirurgias.
Fibrose como complicação
A fibrose é uma reação normal do organismo aos cortes e aos traumas realizados durante uma cirurgia. O problema não está em ter ou não fibrose, mas sim na quantidade da fibrose, na quantidade da cicatriz interna que é depositada no organismo. Isso pode causar alguns sintomas indesejados e um resultado estético comprometido.
Em alguns casos, essa fibrose se torna tão exagerada que passa a incomodar o paciente. Por exemplo, durante uma lipoaspiração, em que a cânula retira gordura, ela acaba gerando vários orifícios, como túneis. Esses túneis são preenchidos com cicatriz numa tentativa do organismo em melhorar e cicatrizar aquela pele. Por isso é tão importante seguir as recomendações do cirurgião no pós-operatório, para que essa tentativa do organismo em cicatrizar seja realizada de maneira adequada e organizada.
Medidas para diminuir as fibroses no pós-operatório
A primeira medida a ser tomada para diminuir essas cicatrizes internas consiste na técnica operatória. Cabe ao cirurgião plástico escolher a melhor técnica, que possa traumatizar menos o organismo, pensando na cicatrização futura de cada paciente.
Além da técnica médica, o paciente tem um papel fundamental e primordial nesse pós-operatório para diminuir essas fibroses. A drenagem linfática no pós-operatório tem o objetivo de acompanhar e controlar essa cicatrização do corpo. Por exemplo, se foi descolado um tecido ou se foram abertos vários túneis e sabe-se que esse organismo vai cicatrizar, a drenagem linfática faz com que o organismo cicatrize essa agressão de maneira controlada e organizada. Não é que a pessoa não vai fazer a fibrose, ela vai fazer, pois a cicatriz é primordial no pós-operatório. Porém, essa drenagem vai evitar aquelas fibroses mais grosseiras, que podem prejudicar o resultado.
O uso correto das cintas também é fundamental, uma vez que a pressão gerada pela cinta faz com que o tecido que foi descolado tenha maior contato com a sua superfície, onde deverá ser colado. O organismo cicatriza melhor, e a resposta inflamatória a aquela cirurgia vai ser menor.
Evitar esforço físico e o repouso no pós-operatório também são fundamentais para diminuir as fibroses, porque quanto maior o edema gerado no corpo, quanto maior o inchaço, maior a reação inflamatória e mais o organismo entende que precisa cicatrizar aquela agressão, jogando um tecido rico em colágeno que causa as fibroses mais grosseiras.
Risco e sintomas da fibrose
Quando a fibrose é fina, quando é uma cicatrização organizada, ela pode até causar um repuxamento inicial no paciente. Muitas vezes depois que é feita uma lipoaspiração ou abdominoplastia a pessoa pode sentir um repuxamento no corpo, que vai melhorando, porque esse tecido cicatricial vai se tornando mais fino conforme sua recuperação, e esses sintomas iniciais vão desaparecendo, geralmente até o 3° mês.
O problema está nas grandes fibroses, nas grandes cicatrizes internas, que geram sintomas muito dolorosos e também podem gerar resultados estéticos indesejáveis.
Apesar de todas essas medidas, é importante saber que a formação das fibroses também tem um componente genético. É impossível predizer antes da cirurgia se o paciente pode ou não desenvolver essas fibroses. Trata-se de um risco inerente ao procedimento cirúrgico, e o paciente deve sempre ser orientado e esclarecido sobre essa complicação, porque há como controlar esse processo e dar um pós-operatório mais doloroso e com um resultado estético muito mais apropriado para todos esses casos.
Tratamento da fibrose
A fibrose é consequente a um trauma cirúrgico. As fibroses pequenas podem ser facilmente identificadas e desfeitas através da drenagem linfática e de alguns outros procedimentos indicados pelo fisioterapeuta, como a endermo, carboxi ou ultrassom. Um fisioterapeuta dermatofuncional irá saber orientar a melhor técnica para o tipo de fibrose apresentada e para o grau dessa fibrose.
É importante se programar corretamente para o pós-operatório, com o uso das cintas, com repouso e sem pegar peso, pois é importante diminuir a reação inflamatória a esse procedimento cirúrgico para o organismo entender da melhor maneira possível que essa cicatrização tem que ser feita de forma lenta e gradual, justamente para que a fibrose não seja um problema.