Características das dismorfofobia
Querer mudar é absolutamente normal. Tem sempre alguma coisa que gostaríamos que fosse diferente. Porém, quando essa preocupação passa a ser exagerada, isso pode ser sinal de uma coisa mais séria: o transtorno dismórfico corporal, ou “dismorfofobia”, um transtorno psiquiátrico em que a pessoa tem uma percepção completamente diferente, distorcida e exagerada da sua imagem. Assim, até mínimos detalhes passam a ser vistos de forma exagerada por essa pessoa, e isso passa a dominar completamente a sua vida.
Esse transtorno atinge de 7 a 15% dos pacientes que procuram algum tratamento estético, seja na cirurgia plástica ou na dermatologia. Esses pacientes fazem inúmeras cirurgias plásticas e nunca estão satisfeitos com os seus resultados, pois na verdade têm uma distorção da sua imagem e perdem a noção do que é equilibrado esteticamente.
Por exemplo, na mídia existem muitos casos de famosos em que se suspeita de que tenham esses transtornos, como o cantor Michael Jackson, que fez inúmeras cirurgias plásticas estéticas e nunca estava satisfeito com seus resultados, buscando sempre mais. O que ele via, na verdade, era uma distorção da sua imagem, e com isso as cirurgias plásticas nunca eram suficientes para sanar imperfeições que, muitas vezes, incomodavam só a ele.
Essas pessoas têm uma preocupação tão grande com alguma característica do seu corpo ou, principalmente, da sua face, que isso as afasta do convívio social. Muitas delas acabam tendo transtornos compulsivos, como bulimia e anorexia, depressão e algumas características suicidas. É um transtorno que pode gerar uma gravidade muito grande pelo isolamento social que essa pessoa acaba passando na sua vida, pois acha que todos irão reparar em um defeito mínimo, como uma pequena cicatriz ou uma parte do corpo que não tem tanta distorção anatômica e que ela acaba vendo de maneira extremamente exagerada.
Identificação e tratamento da dismorfofobia
É importante saber diferenciar o que é uma pessoa vaidosa e o que é uma pessoa que tem esse transtorno dismórfico corporal, pois essa pessoa nunca estará satisfeita com nenhum procedimento estético que faça e ainda criará expectativas irreais durante um procedimento estético ou cirurgia plástica.
Uma vez que um paciente que pode sofrer da dismorfofobia é identificado, a primeira coisa é procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra para que essa ajuda possa fazer com que essa pessoa se insira no convívio social novamente. Nesses casos, a cirurgia plástica não se torna uma aliada na busca por uma melhora estética, muito pelo contrário, acaba ajudando na perpetuação dessa imagem distorcida do paciente.