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Como funciona a diabetes?
A diabetes tem crescido muito no Brasil, inclusive nas crianças.
Existem tipos de diabetes (diabetes tipo 1 e tipo 2).
As pessoas comem carboidratos, que vêm de várias fontes – legumes, verduras, pães, cereais, bebidas, etc. Todos esses carboidratos vão virar açúcar (glicose) no sangue. A glicose é o combustível de todas as células no organismo.
Para a glicose entrar na célula, ela precisa passar por uma membrana. A glicose só entra através dessa membrana se tiver um transportador, chamado insulina.
A insulina é produzida pelo pâncreas, um órgão que fica na região das costas. Geralmente, a pessoa que bebe muito tem pancreatite, um problema no pâncreas.
A insulina vai se acoplar à célula, entrar em um receptor e fazer a glicose entrar na célula.
Quando esse mecanismo começa a falhar, podem acontecer algumas coisas. Antes da pessoa se tornar diabética, existem alguns estágios.
Resistência à insulina
O primeiro estágio é a resistência à insulina, na qual existe uma dificuldade da insulina se acoplar a esses receptores. Nesse estágio, se a pessoa faz uma dosagem de glicose no sangue, o resultado é normal. Porém, se é feita uma dosagem de insulina, ela estará aumentada.
Por isso, é importante não basear o diagnóstico somente na dosagem de glicose no sangue, mas também na dosagem de insulina.
Esse estágio de resistência à insulina é reversível.
Pré-diabetes
Quando a resistência à insulina não é revertida através de dieta, alimentação, cuidados e emagrecimento, ocorre o segundo estágio: começam a aumentar ainda mais os níveis de glicose do sangue, que passam dos 100, 105, mas não estão acima dos 126 (o limite para identificar uma pessoa como diabética).
Nesse momento, a pessoa tem um quadro de pré-diabetes, que ainda pode ser revertido.
Se a pessoa deixa esse quadro continuar, ela se torna diabética.
Tipos de diabetes
A diabetes tipo 1 (insulinodependente) é a diabetes na qual a pessoa precisa de insulina. Na infância, por questões genéticas, a pessoa tem um problema no qual o sistema imunológico produz anticorpos contra o pâncreas, e o pâncreas não produz insulina.
O tratamento da diabetes tipo 1 é a insulina.
A diabetes tipo 2 acontece em pessoas mais velhas, com 40, 50, 60 anos, e está relacionada com a obesidade, a alimentação, hábitos e gordura abdominal.
Quando a pessoa acumula gordura abdominal, essa gordura produz citosinas inflamatórias que competem com a insulina nos receptores e não deixam a insulina agir.
A diabetes pode ser herdada, geneticamente, de pai para filho. Porém, a genética não é uma condenação – mesmo que a pessoa tenha histórico de diabetes na família, se cuidando ela pode vir a não ter diabetes. Isso vai depender muito dos hábitos da pessoa.
A diabetes não tem preferência por sexo, ocorrendo tanto em homens quanto em mulheres. A diabetes ocorre em pessoas acima do peso. Portanto, é necessário monitorar a circunferência da barriga: mulheres não podem passar de 88cm no abdome (no umbigo) e homens não podem passar de 102.
Mulheres que tiveram diabetes gestacional ficam mais vulneráveis a terem diabetes posteriormente. Portanto, devem mudar o estilo de vida.
Na fase de resistência insulínica e na fase pré-diabética, a diabetes tem cura. Depois disso, a diabetes tem controle.
Glicose abaixo de 126 em jejum de 12 horas tem cura. A glicemia (dosagem de glicose) normal é de até 99. Entre 99 e 126, a pessoa é pré-diabética. Acima de 126, diabética.
O pré-diabético pode ser revertido em pessoa normal com alimentação e exercício físico.
O diabético tipo 2, em uma fase descontrolada, precisa tomar insulina. O diabético tipo 2, controlado, não precisa de insulina.
A pessoa que usa insulina não pode comer tudo que deseja.
Na diabetes tipo 2, normalmente utiliza-se insulina e remédios que agem nos receptores da insulina nas células.
Pacientes que têm diabetes têm mais sede e urinam mais. Nas pessoas que têm diabetes, principalmente que estão descontrolados, o organismo começa a eliminar o açúcar no sangue em excesso pela urina. Portanto, elas perdem muita água. Como tem muito açúcar fora da célula e não tem dentro da célula, os receptores de açúcar no cérebro entendem que a pessoa está com fome. Assim, a pessoa come muito, urina muito, bebe muita água, perde massa muscular e emagrece.
Alimentação para diabéticos
Açúcar, pão e batata não são alimentos proibidos para o diabético. O cardápio para quem tem diabetes deve ser quase igual ao cardápio de uma pessoa que se dispõe a ser saudável. O diabético deve evitar carboidrato, fazer uma dieta cetogênica e deixar que o corpo busque carboidrato em outras fontes, como a gordura.
Parece existir uma correlação de aumento e piora da diabetes com gorduras saturadas, encontradas principalmente em queijo amarelo, leite integral e embutidos. Essas gorduras, no diabetes, podem aumentar o risco de infarto agudo do miocárdio.
O diabético tem que usar mais gorduras boas, como o ômega-3. O diabético não pode trocar a medicação por alimentos sem acompanhamento médico, pois os alimentos ajudam no controle.
A dieta do diabético deve ser rica em antioxidantes, pois a glicose em excesso faz um processo chamado glicação, que é como uma ferrugem que corrói as células do cérebro, do coração e da circulação.
O diabético deve usar principalmente alimentos com fibras, como vegetais, folhas, alface, abobrinha, berinjela, etc., pois eles ajudam a retardam a absorção do carboidrato pelo intestino para o sangue.
A pessoa deve tomar cuidado com batata e mandioca – tudo que está embaixo da terra tem um alto valor calórico e um alto valor de carboidrato. Por isso a tapioca não é tão benéfica para o diabético.
Diabéticos podem comer brócolis, couve, espinafre, berinjela, aveia, sementes (linhaça, gergelim), castanha-do-pará, etc. A linhaça pode ser moída ou em semente.
A gordura do diabético tem que ser mais de origem vegetal. O salmão é muito benéfico, pois tem uma ação anti-inflamatória, e a diabetes também é uma doença inflamatória. A fibra do maracujá é muito boa para o diabético.
Os antioxidantes mais importantes para o diabético são: a vitamina C, encontrada nas frutas cítricas; a vitamina E, encontrada no abacate e no azeite; e o selênio, encontrado nas oleaginosas, como a castanha-do-pará e nas amêndoas – porém, devem ser consumidas sem exageros (no máximo duas castanhas-do-pará por dia).
A fibra de banana verde (ou seja, a biomassa) é muito boa para o diabético, e pode ser usada nas receitas substituindo o creme-de-leite. A canela ajuda a sensibilizar os receptores de insulina e é muito boa para controlar a diabetes, pois facilita a entrada do açúcar na célula.
Controle da diabetes
O diabético precisa fazer monitorização do teste do dedo, e mostrar ao médico para saber se deve ou não usar insulina e que tipo de insulina deve usar.
Existe uma insulina de ação mais longa, que é aplicada pela manhã e passa o dia inteiro fazendo efeito, e uma insulina de ação mais rápida, que é para quando o pico de diabetes sobe.
A diabetes não é uma condenação de morte – a pessoa nem sempre irá ficar cega, perder a perna ou morrer. Se o diabético se cuidar, ele pode viver mais do que uma pessoa que não se cuida.