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Acompanhamento de colesterol na infância
A idade preconizada seria começar aos 10 anos, mas alguns consultórios colocam crianças a partir dos 7 anos no protocolo, que implica em uma avaliação cardiológica (eco e eletro), toda a parte de avaliação de hematológica – na qual é dosado o lipodograma completo, onde irá se verificar o colesterol total, o HDL, o LDL e os triglicerídeos, a glicose, a ureia, creatinina, função hepática e tireoide –, além do teste ergométrico e a história familiar até os avós (quem na família tem diabetes, doenças vasculares como AVC ou infarto do miocárdio, dislipidemia ou hipertensão arterial).
Segundo um consultório, de 1985 pacientes, 53% têm colesterol elevado, baseando-se em uma medida de 170 para o colesterol total. Hoje, é preconizada uma medida de 150. Para crianças, o consultório estipulou, como medida de colesterol elevado, 170 para o colesterol total, acima de 45 para o HDL, e 70 para LDL e triglicerídeos. O aceitável para os triglicerídeos é até 100, 130, mas não é possível ter certeza que os valores aceitáveis para crianças são os mesmos que para os adultos. Como o valor normal de glicose para adultos é 99, alguns consultórios estipularam uma média de 84 para crianças.
Nesse consultório, 93% das famílias tinham algum componente para doença metabólica do adulto.
Quando começou-se a fazer autópsias, principalmente nos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, verificou-se que os jovens de 18 anos que estavam na guerra já tinham depósitos de gorduras nas artérias. Começou então um alerta geral.
O colesterol não causa dor, mas causa infarto. A doença vascular tem o maior índice de mortes no mundo, e deve ser prevenida.
Educação alimentar
A maior parte das famílias, de todos os níveis, está se alimentando de maneira inadequada. O colesterol alto é fácil de diagnosticar e é de fácil tratamento, principalmente quando se começa cedo.
Em alguns consultórios, quando os resultados dos exames do paciente são analisados em relação à família e ao teste ergométrico, verifica-se que as crianças que têm uma performance muito baixa no teste ergométrico têm um nível muito baixo de HDL. Nesses casos, deve-se trabalhar a gordura, mas existem limites para isso na criança.
A gordura faz parte da mielinização do sistema nervoso central e algumas vitaminas são lipossolúveis, e precisam da gordura para serem absorvidas. O médico retira o excesso de gordura.
Existem crianças obesas em que o colesterol está normal, mas verifica-se que a história familiar é pobre, e existem crianças magras com o lipidograma alterado, nas quais verifica-se que a história familiar é pesada.
As crianças não devem comer com a televisão ligada, porque não prestam atenção no que estão comendo, e não devem comer bebendo água gelada, pois a água gelada dificulta a diluição da gordura.
A educação alimentar é de responsabilidade dos pais.
Controle do colesterol na infância
As crianças passam uma média de 4 a 5 horas por dia em frente ao computador, televisão ou jogos eletrônicos. Porém, se preconiza 2 horas por dia.
A atividade física é muito importante. É possível baixar os níveis de triglicerídeos e aumentar os níveis de HDL com atividade física. Não existem provas de que atividade física reduza o colesterol, porém, reduzindo o peso, já há uma melhora dos outros fatores.
Quando se inicia o uso de uma medicação na criança, isso quer dizer que esse uso irá continuar pelo resto da vida. A medicação é a última medida. Em um consultório, somente 1 paciente faz uso da estatina. A estatina tem efeitos colaterais, apesar de pequenos.
Existem muitos erros alimentares e de exercícios que devem ser trabalhados nas crianças. Raramente é necessário administrar remédios em crianças, a não ser, por exemplo, em crianças diabéticas, que têm mais tendência ao colesterol elevado e para as quais o colesterol vai fazer mais mal, pois o diabético tem mais risco de hipertensão e doença vascular, e crianças que têm outras doenças, como lúpus eritematoso, que podem ter um colesterol maior.
Os medicamentos são usados em doses bem pequenas e sempre em trabalho conjunto com um endocrinologista. O uso de medicamentos deve ser evitado o quanto possível.
O valor de referência máximo de colesterol total para adultos é 170. Para o LDL, alguns médicos preconizam 70, mas é aceito para crianças até 129; o HDL acima de 45; os triglicerídeos até 100, no máximo 129, mas alguns médicos preconizam 70.
Em um estudo, 4% dos pacientes já apresentavam 3 ou mais fatores para doença metabólica do adulto. Existem crianças cujas famílias são hipertensas que, quando examinadas no consultório, estão borderline de hipertensão. Não é um hábito verificar pressão arterial na criança, mas, quando é feito o teste ergométrico, elas mostram resposta hipertensiva. Nesses casos, é necessário trabalhar o sal.
É necessário avaliar que tipo de atividade física o adolescente irá fazer. Isso será indicado pelo teste ergométrico. Por exemplo, a pessoa não deve chegar a 160 de pressão, e é preocupante se ela chegou a uma frequência cardíaca de 160 e a pressão foi para 180.
O médico irá orientar a melhor atividade física, como natação, corrida e bicicleta. Não está provado que a musculação irá ajudar, pois é um exercício de encurtamento, assim como o judô, que é contraindicado para crianças com pressão alta.