Antes de se pensar no confinamento, existem recomendações que devem ser colocadas em prática para garantir a saúde, o máximo desempenho no ganho de peso nos bovinos e, consequentemente, maior lucratividade aos pecuaristas. Uma boa preparação envolve cuidados com a sanidade, nutrição, castração, formação de lotes e identificação dos animais confinados.
Preparação
O confinamento é um sistema que exige, acima de tudo, planejamento. E isso inclui a preparação dos animais antes mesmo deles ingressarem nesse sistema.
O manejo pré-confinamento é de extrema importância, pois pode refletir no desempenho dos animais dentro do confinamento, bem como na eficiência deste como um todo. Por exemplo, se um animal com problemas de casco é confinado, ele não irá conseguir ter o mesmo desempenho do restante dos animais. Se a vacina contra as principais clostridioses não é aplicada e ademais os animais têm contato com alguma toxina botulínica, por exemplo, há o risco de perda de muitos desses animais. Além disso, se a vermifugação é negligenciada, os animais podem ganhar menos peso que o esperado. Então todos esses fatores podem refletir na eficiência do confinamento.
Dieta pré-confinamento
Se os animais não forem adaptados a uma dieta especial, há o risco de dois problemas principais: o timpanismo e a acidose ruminal. No timpanismo, também conhecido como meteorismo, ocorre uma grande distensão do rúmen, isso porque os gases formados no processo de fermentação não conseguem ser expelidos, dessas forma o rúmen é distendido e esse processo pode comprimir outros órgãos, como por exemplo, o pulmão, ou até mesmo veias e artérias, o que pode causar problemas respiratórios e circulatórios e até mesmo levar o animal ao falecimento. Já na acidose ruminal, o rúmen estará em seu tamanho normal, o que ocorre é uma fermentação em excesso quando se fornece alimentos muito fermentáveis, então pode haver uma grande produção de ácido lático, uma baixa do pH ruminal e o animal também pode morrer. Existem produtos a base de monensina que agem sobre as bactérias do rúmen, prevenindo a ocorrência da acidose.
Cuidados pré-confinamento
Em 2012, a alta dos grãos foi o fator que mais inibiu o crescimento da atividade, que se manteve nos mesmos patamares de 2011. Segundo dados da Associação Nacional dos Confinadores (ASSOCON), foram confinados no país cerca de três milhões e quatrocentos mil animais. O estado de Goiás se mantém na liderança, seguido por Mato Grosso, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Para os pecuaristas que desejam ser bem sucedidos nesse sistema de engorda, como já afirmado anteriormente, é muito importante o preparo dos animais antes de ingressarem no confinamento. Os bovinos precisam estar em boas condições para responderem ao trato intensivo na forma de ganho de peso, resultando em um produto final de boa qualidade. Para que essa meta seja atingida, os cuidados sanitários são indispensáveis.
Na entrada do confinamento, o produtor deve se atentar à sanidade, principalmente à boa vacinação, à desverminação e utilizar suplementos adequados para cada categoria. Uma linha de vacinas é indispensável, como a vacina contra closteridiose, outras vacinas que previnem doenças respiratórias, bem como vermífugos. Num confinamento, é muito importante também usar a vitamina ADE.
Primeiramente deve-se dividir esses lotes por raça, sexo, idade, peso, se são animais castrados ou inteiros, tudo isso pra facilitar manejo, a quantidade de ração, de forma que se mostra imprescindível a padronização de lote. O pecuarista, na hora que for fechar esses animais, tem que se preocupar com essa padronização, colocando lotes homogêneos e assim tendo um resultado muito melhor nesse lote apartado.
O uso de produtos que proporcionem uma melhoria da conversão alimentar é muito interessante para a engorda, de maneira que, se bem utilizados, em até sessenta dias a boiada pode já estar com peso suficiente para sair do confinamento.
Os cuidados não param por aí. Antes dos animais entrarem no confinamento, eles devem ser pesados e marcados ou com brinco ou com marca-fogo. Esse procedimento é realizado para saber em quais lotes estão os animais, e em caso de mistura irá ficar mais fácil de aparta-los e com isso ter um maior controle de peso de entrada, de peso de saída e de consumo. Isso facilita a avaliação de lucratividade e também a procedência da fazenda.
Vale lembrar que todas essas práticas que antecedem à entrada no confinamento devem ser feitas com calma e de forma racional, para evitar acidentes e stress ao animal. Uma boa preparação dos animais e das instalações irá refletir em um confinamento mais viável tanto tecnicamente quanto economicamente.