Cicatrizes queloidianas e cicatrizes hipertróficas
Cicatrizes queloidianas e cicatrizes hipertróficas são grandes preocupações dos pacientes e cirurgiões.
O fibroblasto e seus mediadores, as proteínas oriundas da sua atividade, produzem o tecido conjuntivo, a cicatriz e a matriz celular. Quando existe uma hiperproliferação de fibroblastos, pode acontecer de existirem cicatrizes hipertróficas e a cicatriz queloidiana propriamente dita.
Geralmente a cicatriz hipertrófica respeita os limites da cicatriz. É uma cicatriz com aumento da consistência, mais dura, que pode coçar e às vezes tem um pouco de dor, mas é menos ativa – ela aumenta e se estaciona. Algumas vezes, ela pode regredir espontaneamente.
Já o queloide avança os limites da cicatriz, é ativo, gera dor e pruído (coceira), e às vezes vai aumentando, como um tumor.
Tratamentos para queloide e cicatriz hipertrófica
Uma das maneiras de tratar a queloide e a cicatriz hipertrófica é a cirurgia. Quando abordar e as maneiras de abordar dependem da experiência do cirurgião que está conduzindo o caso, mas sempre é um conjunto de coisas.
A cirurgia pode ser feita tanto na cicatriz hipertrófica como no queloide. Na cicatriz hipertrófica, o cirurgião faz uma ressecção e corrige a cicatriz. Na cirurgia plástica, costuma-se ter um cuidado a mais.
No queloide, é feita a cirurgia mais uma radioterapia (betaterapia), a mesma utilizada em tumores de câncer, porém mais branda e superficial, atingindo só a região da pele, na intenção de diminuir a atividade dos fibroblastos. Geralmente são 10 sessões rápidas de beteterapia. O ideal é que comecem a ser feitas no máximo 24 horas após o procedimento, mas pode se iniciar até 36 ou 72 horas após o tratamento cirúrgico.
A compressão funciona principalmente para as cicatrizes hipertróficas. O efeito da compressão diminui um pouco o fluxo sanguíneo da região, diminuindo a atividade dos fibroblastos e deixando a cicatriz mais macia. Essa compressão é feita com placas de gel de silicone para o pós-operatório. São placas autoadesivas utilizadas geralmente por 2 ou 3 meses sobre a cicatriz.
A aplicação intralesional de corticoides é feita com uma seringa. Dói um pouco, e os corticoides às vezes são diluídos com um pouco anestésico. Geralmente é feita em consultório, com sessões que podem ser repetidas a cada 4 semanas. Pode-se fazer entre 1 e 5 ou 6 sessões no máximo, com orientação médica caso necessárias.
Cicatrização
A cicatrização tem um período longo até chegar à maturação e ao resultado final, por isso é importante o acompanhamento pós-operatório. A cicatrização é um fator bem individual. Alguns organismos fazem a hiperprodução de fibroblastos, outros não. Existem algumas maneiras de tentar fazer com que a cicatriz evolua da melhor maneira e tenha uma qualidade satisfatória.