Correção da presbiopia
Óculos e lentes de contato já não são mais as únicas alternativas de tratamento para correção da presbiopia. A popular “vista cansada”, problema comum após os 40 anos, pode ser curada através de uma cirurgia refrativa. O equipamento Allegretto Eye-Q Laser promete solucionar problemas oculares com o uso do laser inteligente.
A vista cansada inicia como sinal de envelhecimento do olho. O cristalino começa a aumentar a resistência e dificultar a acomodação para perto, da visão de longe para perto.
Dos usuários de óculos hoje, em torno de 65% são portadores de presbiopia – ou seja, 2/3 daqueles que já têm problemas oculares terão a presbiopia.
Acima de 40 anos, a presbiopia atinge 80% da população. Acima de 50 anos, 100% da população tem a presbiopia.
Como alternativas para reduzir os efeitos e sintomas da presbiopia, além dos óculos e lentews de contato, há alguns anos existia uma cirurgia, um implante escleral, que aumentava a potência do músculo que relaxa e contrai o cristalino. Foi uma tentativa cirúrgica que não se mostrou eficaz. Existe hoje a lente multifocal, muito usada. Concluindo que todas pessoas terão catarata um dia, se anteciparia essa cirurgia de catarata, substituindo o cristalino por uma lente multifocal. Este também é um modo de corrigir a presbiopia. Oftalmologistas dizem que ainda não é 100%, pois há a presença de halos luminosos e algumas dificuldades em direção noturna, mas também é um modo eficaz de correção.
Cirurgia de catarata
Desde que as pessoas sobrevivam aos 55, 60 anos, todas as pessoas irão desenvolver catarata. Hoje, a cirurgia de catarata é bastante tranquila. Já foi uma cirurgia complexa, que exigia internação e imobilidade total no leito. Antigamente, a catarata precisava “estar madura”, era preciso esperar que a pessoa tivesse uma visão muito ruim, pois qualquer visão que se oferecesse a ela melhor do que aquilo, após a cirurgia, seria um ganho. Naquela época os resultados não eram tão bons.
Hoje a cirurgia de catarata leva 10, 15 minutos, onde não há pontos, somente uma pequena incisão com implante das lentes intraoculares dobráveis. A cirurgia ainda é feita com bisturi, e se utiliza um facoemulsificador que dissolve o cristalino dentro do olho, que é aspirado, e depois se injeta uma lente dobrável, que abre dentro do olho, por uma incisão de 2.8 a 3.2 milímetros. É uma cirurgia relativamente simples. Hoje se indica muito mais precocemente a cirurgia de catarata para que se tenha melhor facilidade de dissolver, emulsificar, o cristalino dentro do olho.
Sintomas da catarata
Os sintomas da catarata são a visão borrada, dificuldade de enxergar em ambientes com pouca luz. O paciente vai percebendo que começa a existir uma “névoa” na visão, esse é o primeiro sintoma, uma baixa da acuidade visual com correção.
A pessoa deve ir ao oftalmologista pelo menos uma vez ao ano. É interessante o exame periódico, principalmente após os 40 anos, onde se vai identificar o glaucoma, a catarata, a retinopatia diabética, etc. Esse exame anual irá identificar a catarata no momento correto.
Desenvolvimento dos olhos
O olho de uma criança só está completamente formado aos 7 anos de idade. No primeiro ano, já se tem uma boa qualidade de visão, mas a formação completa acontece nessa faixa de idade.
É importante que a criança faça um exame logo ao nascer, o “teste do olhinho”, e que, durante o primeiro ano, seja levada ao oftalmologista para avaliar se o desenvolvimento ocular está perfeito. A partir daí, se estiver tudo normal, uma consulta a cada dois anos seria suficiente, até que se identifique algum problema onde se teria que acompanhar anualmente.
Cirurgia refrativa
A cirurgia refrativa iniciou com o bisturi de diamante, onde eram feitas incisões radiais na córnea e se obtinha resultados bastante satisfatórios, com a redução de 7, 8 graus, tranquilamente para os míopes. Essa cirurgia se mostrou, ao longo do tempo, problemática, pois zerava-se o grau no primeiro instante e, com o decorrer dos anos, surgia uma hipermetropia em reação à não estabilização da correção. O míope virava um hipermetrope. Hoje existem muitos hipermetropes.
Até pouco tempo, o paciente não poderia se submeter a uma nova cirurgia. Não se podia fazer nada a esse paciente, a não ser o uso de lentes de contato em alguns casos. Não soluciona a contento esse tipo de problema.
Cirurgia refrativa a laser
Hoje, não só com o Allegretto Eye-Q Laser, mas há algum tempo atrás com o laser, a cirurgia de LASIK começou a realmente apresentar uma indicação de correção para esses casos. Pacientes míopes com 7, 8 graus, 10 graus de miopia, com laser, poderia ser atingido o grau 0, desde que a pessoa tivesse uma boa córnea, com espessura e curvatura perfeitas.
O Allegretto Eye-Q Laser tem “braços”, acessórios que acompanham o movimento ocular para que haja aplicação perfeita no ponto desejado. Esses “braços” emitem três luzes que vão se encontrar no centro visual, e a medida em que se movimenta o olho, o braço leva o feixe de luz para a posição em que ele deve ser aplicado. O laser é um feixe de luz central que toca o centro da córnea. Esse feixe retira tecido da córnea para reduzir o grau. O feixe do laser faz a cirurgia propriamente dita.
A cirurgia refrativa para hipermetropia veio surgir com laser. Com bisturi, a cirurgia não tinha bons resultados. A cirurgia radial, com bisturi, realizava correção apenas de miopia e alguns casos de astigmatismo.
Em seguida surgiu a opção de cirurgia com laser, inicialmente o PRK e em seguida o LASIK, que é uma evolução. A partir daí, começou-se a se operar também para o hipermetrope, que não tinha seu problema resolvido com a cirurgia radial. A cirurgia a laser veio com uma taxa de sucesso razoável, porém nos primeiros lasers o resultado não se mantinha, se perdia 20 a 30% do resultado nos primeiros anos.
Há quem relate ter se submetido à cirurgia a laser de hipermetropia, mas o grau não foi zerado, obtiveram uma perda de 20%. Tinham 4 graus, 4.5 graus, e permaneceram com 1.5 graus.
Os primeiros equipamentos de laser, a primeira e segunda geração, atingiam na faixa de 4.5, 5 graus, como indicação, no máximo. O equipamento Allegretto Eye-Q Laser proporciona um avanço, chegando a 6, 7 graus de correção da hipermetropia, com perda menor de resultados, mantendo resultados mais efetivos.
6 graus de hipermetropia é um grau elevado. Dependendo do caso, se for 6 ou 7 graus, a pessoa que se submete a cirurgia com o Allegretto Eye-Q Laser pode chegar a reter 1 grau de hipermetropia. O paciente que tem 6 graus de hipermetropia tem uma capacidade de acomodação muito grande, então 1 grau ele resolve tranquilamente, é uma vista quase perfeita. O hipermetrope enxerga tudo de longe, a dificuldade do hipermetrope é a visão mais próxima.
Considerando um paciente abaixo de 40 anos, ele consegue ler um livro. No momento em que se ultrapassa essa faixa etária, somado ao grau de hipermetropia, haverá a presbiopia que irá dificultar a leitura.
Cirurgia refrativa a laser para presbiopia
Com o Allegretto Eye-Q Laser, consegue-se fazer cirurgias para miopia, hipermetropia, astigmatismo, e coloca mais a opção de correção para a presbiopia. Ele trabalha a chamada monovisão avançada, trabalhando um olho, o dominante, com a visão perfeita para longe, e trabalhando o segundo olho, o não dominante, para perto.
O equipamento antigo também fazia a báscula, porém ela era feita no padrão normal da cirurgia. O paciente teria esse mesmo tipo de visão, um olho dominante para longe e o olho não dominante para perto, mas com uma qualidade menor. Hoje o Allegretto trabalha a região periférica da córnea, melhorando a qualidade da visão intermediária, dando um ganho maior da visão de perto mesmo no olho que está corrigido para longe. O olho que está com a correção para perto fica um olho míope.
Um paciente que naturalmente tem 1.5 graus de miopia enxerga menos do que um paciente trabalhado com Alegretto que foi deixado com 1.5 graus de miopia, pois o Allegretto trabalha o centro da córnea para longe, trabalhando a periferia com menos grau, dando uma visão intermediária menor. Isso resulta uma qualidade melhor de visão.
Há pessoas que utilizam uma lente de contato para longe no olho dominante e uma lente para perto no outro olho, o secundário, e sentem uma dificuldade enorme de adaptação.
No caso da cirurgia, como essa correção é feita diretamente na córnea, a pessoa consegue uma adaptação melhor. O aparelho antigo corrigia o grau normal, longe e perto, porém a periferia da córnea não era trabalhada. Então a qualidade de visão do olho corrigido para perto era ruim para longe. O sistema Allegretto deixa o olho corrigido para perto com uma visão de longe relativamente boa, pois ele corrige a curvatura intermediária da córnea, puxando uma qualidade melhor de visão.
A lente de contato age do mesmo modo da cirurgia antiga, ela tem uma correção longe e perto normal. Existem pessoas que se adaptam, existem pessoas que não suportam. Tem pessoas que se adaptam de imediato, principalmente se for um alto hipermetrope, que de imediato tem uma visão muito boa. Se for um alto míope, de 4, 5 graus, ele também terá uma adaptação imediata. Aqueles pacientes com um pequeno grau para longe podem levar de 2 a 3 meses para chegarem à visão ideal, que é o tempo que o cérebro para assimilar essa nova postura.
Correção da hipermetropia
Existem hipermetropes que, mesmo após uma cirurgia bem sucedida, não conseguem mais formar a imagem perfeitamente. É preciso verificar se esse hipermetrope tinha uma visão normal nos dois olhos, uma visão 100% nos dois olhos, telescópica, antes da cirurgia. Se ele tinha, ele vai atingir, a não ser que haja algum problema com a cirurgia. Cirurgia perfeita, olho perfeito antes da cirurgia, tem que gerar um olho perfeito depois, uma visão perfeita depois. Caso esse paciente já tenha um estrabismo de criança, onde um olho não desenvolveu tão bem quanto o outro, ele tem uma predominância de um olho sobre o outro, inclusive com diferença de visão, após a cirurgia essa diferença vai ser mantida. O olho que não foi desenvolvido corretamente ao longo da infância, por melhor que seja a cirurgia, ela não irá corrigir isso. É um problema do cérebro, e não do olho. O olho ficou preguiçoso. Mesmo que ele fique zerado, ele terá a dominância do olho de melhor visão antes da cirurgia.
As cirurgias radiais geravam astigmatismo alto, hipermetropia alta, aberrações corneanas de alta ordem. O Allegretto, através de um acessório chamado topolizer, ele analisa a córnea detalhadamente e a trata depois com pontos específicos de pequeno porte, conseguindo tratar essas aberrações, melhorar a qualidade de visão dessas pessoas.
Correção ocular em pacientes com ceratocone
Laser, a princípio, é contraindicado em quem tem ceratocone ou tem a possibilidade de desenvolver ceratocone. Porém, hoje o Allegretto traz também uma novidade, que é trabalhar essas córneas aberradas por ceratocone, no limite de 50 micras, tirando no máximo 50 micras, regularizando o astigmatismo, ou seja, melhorando a qualidade de visão. Não irá zerar o grau do paciente, mas irá reduzir a aberração gerada pelo ceratocone. Isso é feito um tratamento de superfície onde se tira o mínimo possível de tecido para conseguir essa correção. Em seguida é aplicado o cross-link, tratamento usado para enrijecer a córnea, pois em pessoas que tem ceratocone, a córnea é flácida. A ligação entre as fibras colágenas não é perfeita, então elas se rompem com facilidade. O paciente que coça o olho com o punho, esse é um hábito terrível. As pessoas não devem coçar os olhos, pois podem até causar uma lesão caso haja um corpo estranho, podendo gerar uma úlcera e, com um microrganismo, gerar uma infecção grave, principalmente em quem já tem algum histórico de ceratocone na família.
Caso haja irritação, pode-se lavar o olho com soro fisiológico, desde que seja aberto e utilizado na hora. O soro guardado na geladeira há dias pode estar contaminado e levar ao desenvolvimento de uma úlcera corneana. Pode-se comprar um soro novo, de frasco pequeno, ou então um colírio lubrificante que produza uma boa lubrificação.
Glaucoma
Glaucoma é uma patologia que aflige muitas pessoas, e é uma doença silenciosa. O glaucoma é o sofrimento do nervo ótico causado por um aumento de pressão interna no globo ocular. É uma hipertensão ocular. Nem todo hipertenso tem glaucoma. Se a pessoa começa com hipertensão, trata de início, e cuida durante toda a vida, de repente não chega a desenvolver o quadro de glaucoma. O glaucoma em si já é um quadro de lesão de fibras nervosas do nervo óptico. Existem outras causas de glaucoma, mas a principal é o aumento de pressão. Existem causas diferentes de aumento de pressão, mas o glaucoma sempre acontecerá por um aumento de pressão ou por uma deficiência de irrigação da papila do nervo óptico.
Consultas oftalmológicas
Quem frequenta periodicamente o oftalmologista certamente terá a doença sob controle, usando os medicamentos e obedecendo as orientações. É uma obrigação dos oftalmologistas ter a consciência de avaliar a pressão ocular, se existe a incidência de glaucoma ou catarata. Acuidade visual, avaliação de cristalino, avaliação de retina e pressão ocular são o básico de uma consulta. Por isso, é importante a pessoa não comprar os óculos “na feira”, não fazer lentes em qualquer local, pois do contrário a pessoa procuraria o oftalmologista para prescrever os óculos, e este iria verificar o glaucoma, a retina, todo esse controle.
Existem pessoas que, por falta de informação, cometem graves equívocos. Há relatos de uma paciente que comprava óculos na feira do Paraguai do grau que ela supunha que atendia sua necessidade, cada um de uma cor, combinando com suas roupas. Nesses casos, pode-se ter um grave problema, principalmente pelo fato da pessoa deixar de avaliar outros problemas, não só a visão, e não se sabe a qualidade da lente que está sendo oferecida, onde foi fabricada, não há controle. Se a pessoa tem algum astigmatismo, esses óculos não tem correção, eles tem um grau esférico positivo e não corrigirão o astigmatismo, e a qualidade dessas lentes é péssima.