Queda de cabelo
O implante capilar é um procedimento do rol da cirurgia plástica. Hoje, há maior incidência da procura dos homens por cuidados com a pele, rosto e corpo. Uma das coisas que favorecem um semblante envelhecido, e diminui a autoestima, é a perda de cabelo.
A calvície acomete grande parte da população, tanto homens quanto mulheres. O estresse, em alguns pacientes favorece a queda de cabelo: é a chamada alopecia, que pode ser classificada como areata – esta deixa áreas calvas circunscritas no couro cabeludo.
O paciente deve procurar um dermatologista para verificar o tratamento ideal, que muitas vezes é realizado somente com medicação.
A rarefação dos fios pode acontecer tanto na barba como nas sobrancelhas. Hoje, estão sendo realizados muitos implantes de sobrancelha, porque as mulheres passam a vida tirando-as e, em determinado momento, elas podem não crescer mais.
Técnica de transplante capilar
Para fazer transplante capilar, a pessoa precisa ter cabelo. Geralmente, na alopecia androgenética, que é o tipo que mais acomete o homem, há rarefação da coroa e da região anterior do couro cabeludo. A região lateral e posterior geralmente mantém cabelo, e dali extrai-se uma faixa de couro cabeludo, separando os fios (em grupos de 2, 3 ou 4) de forma manual ou automatizada. Eles são selecionados e transplantados por meio de técnica idealizada de acordo com o indivíduo.
Teoricamente, quanto mais cedo o paciente perde cabelo, maior será o grau da calvície. Quanto mais careca for o pai ou o avô, tanto por parte de pai ou de mãe, teoricamente maior será a propensão para desenvolver a calvície.
Queda dos cabelos após o implante
Muitos pacientes relatam que os fios transplantados caíram logo em seguida ao procedimento. Isso é normal. Primeiro o fio cai, para depois nascer mais forte. A pessoa pode pentear, escovar, cortar os fios, pois eles voltarão a crescer, com a diferença de que não irão cair, pois não terão a carga genética dos das áreas calvas.
Na formação embriológica do ser humano, a região anterior do couro cabeludo difere da posterior.
Não é possível que um indivíduo ceda cabelo ao outro para um transplante capilar. Não é possível adquirir uma carga de qualquer órgão de outra pessoa, exceto quando a pessoa toma imunossupressores pelo resto da vida. Para o transplante capilar, isso ainda não foi viabilizado. É como se o corpo rejeitasse o transplante.
Recuperação pós-cirúrgica
Como toda cirurgia plástica, a região transplantada pode ficar dolorida e com hematomas, mas a dor passa com analgésicos simples. É um procedimento relativamente tranquilo. Uma das principais complicações, que acontece nas mãos de cirurgiões menos experientes, é o cabelo não ter “pega”.
Diagnóstico e tratamento precoce
Quem é jovem e tem histórico de calvície na família deve procurar um dermatologista, e começar um tratamento para postergar a calvície, hoje existem diversos, como com medicamentos, que evitam que a perda capilar seja de forma acelerada.
Tempo da cirurgia
A cirurgia é relativamente demorada, mas isso depende do tamanho e da capacidade da equipe de técnicos de transplante capilar, se o procedimento será por punch – que envolve o transplante de 15 folículos por vez (por essa técnica a “pega” é menor) –, se será utilizado microscópio etc.
Queda e crescimento dos fios após transplante capilar
No transplante capilar existe um trauma quando o fio é removido da área posterior e transplantado para as áreas calvas, por isso os cabelos transplantados caem para depois nascerem os definitivos.
É transplantada a raiz capilar, o fio aderido à ela cai normalmente 30 a 40 dias após a cirurgia, e com 90 dias volta a nascer.
Os novos fios não aparecem todos juntos, pois estão em diferentes fases do ciclo capilar, e gradativamente aumentam. Com 6 meses, se observa maior densidade de cabelos. O resultado final ocorre 1 ano após o procedimento cirúrgico.
FUE e FUT: diferenças
FUE (Follicular Unit Extraction) e FUT (Follicular Unit Transplantation) são modalidades distintas de se retirar as unidades foliculares da área doadora do couro cabeludo – normalmente a região occipital, onde os cabelos não têm o código genético da calvície.
Independentemente da técnica escolhida para a retirada dos cabelos – ambas têm prós e contras –, é necessário focar em um requisito importante: as unidades foliculares devem ser transplantadas uma a uma, mimetizando ao máximo a direção original dos cabelos.
Alguns cirurgiões utilizam dispositivos chamados implanters, em que as unidades foliculares são colocadas dentro e em seguida transplantadas no couro cabeludo, sem ocasionar trauma. Dessa forma, o transplante terá um resultado natural.
Causas e progressão da calvície
A causa da calvície está ligada a fatores genéticos e hormonais, geralmente os acometidos pela doença vêm de famílias com histórico de calvície, tanto do lado materno quanto paterno. Para alguns, a calvície pode acontecer sem que haja calvos na família.
A calvície que se manifesta em pacientes com menos de 20 anos, como com 16 ou 17, tende a ser bem mais agressiva. Na grande maioria dos casos, ela se inicia a partir dos 20 anos, geralmente entre os 20 e 35.
A calvície é muito associada aos homens, mas também pode acometer mulheres (o que na verdade é comum): cerca de 40% delas terá a doença ao longo da vida, sendo mais comum o surgimento dela a partir dos 40 a 50 anos. Em alguns lugares do mundo há clínicas especializadas em transplante capilar feminino, tamanha a incidência da calvície nesse público.
A calvície também pode ser agravada por estresse, ansiedade e depressão, pois está ligada à qualidade de vida. Há relatos de pessoas com grau leve de calvície que, em períodos de maior estresse, notam a perda dos fios aumentar.
Indicação do implante capilar
Nos homens, o implante capilar pode ser indicado com maior facilidade, desde que o paciente jovem esteja fazendo tratamento clínico também. Quanto mais jovem o paciente, maior a dependência dele de remédios para evitar que a calvície avance – ela geralmente progride até os 50 anos.
Nas mulheres, é necessário fazer o tratamento clínico junto com a cirurgia, pois o controle da calvície feminina é mais difícil.
Na opinião de muitos cirurgiões, é importante fazer o tratamento clínico para somente depois a cirurgia. Nos pacientes em que se consegue melhora sem precisar da cirurgia, ela não é indicada. O procedimento cirúrgico traz muitos benefícios quando bem indicado.
Procedimento cirúrgico do transplante capilar
Somente pode fazer o transplante capilar quem tem área doadora de cabelos suficiente. Supondo que a parte superior da cabeça seja calva, a região occipital é de onde é feita a extração dos folículos, por meio de incisão, retirando o tecido (um microenxerto de pele que contém o anexo capilar) da área e analisando-o em microscópio, como resultado isso deixa uma cicatriz linear, pouco perceptível após 1 ano e 2 meses da cirurgia. Um pequeno enxerto consegue cobrir uma extensa área calva. No transplante, é possível alinhar os folículos, dispondo-os de forma a maximizar o volume capilar.
Os folículos (o bulbo capilar, com o fio e a raiz) podem ser extraídos com um punch, um instrumento cilíndrico (de várias espessuras) de metal.
O tempo de cirurgia varia de 3 a 8 horas. Os folículos são conservados em um líquido, mas existe um tempo para colocá-los de volta no couro cabeludo.
Permanência dos cabelos transplantados
A área de retirada dos folículos é geneticamente diferente da frontal, pois sofre menor ação da di-hidrotestosterona (DHT), que causa calvície. A maioria dos homens, por conta do nível alto de testosterona, tem maior concentração de DHT no couro cabeludo do que as mulheres.
Ao administrar testosterona em um indivíduo, a queda capilar tende a aumentar, porém, não necessariamente quem naturalmente tem maior nível de testosterona perde mais cabelos.
É possível transplantar pelos para praticamente qualquer região do corpo que não os tenha, que ali eles nascerão.
Pós-operatório do transplante capilar
O pós-operatório do transplante capilar é tranquilo. A cirurgia é feita em um dia e no outro o curativo – que é colocado para que a pessoa não mexa na área –, é retirado. A anestesia é local, com sedação leve. O paciente entra em um sono leve, e responde, se solicitado.
Na primeira semana após a cirurgia, a pessoa pode trabalhar, não deve praticar exercícios pesados, mas está livre para os leves, como caminhada.
Após a cirurgia, a pessoa não deve lavar a cabeça, pois estará com curativo. No dia seguinte, na clínica, o médico lava o cabelo da pessoa. No outro, novamente a pessoa não deve lavar os cabelos, e no próximo está liberada para lavá-los com shampoo neutro pelos próximos 15 dias (em que irão se desprender casquinhas formadas devido o processo de cicatrização).
Técnica cirúrgica do transplante capilar
O bulbo capilar morre se, na separação dos folículos, for lesionada a raiz capilar.
O transplante deve ser feito enxerto a enxerto, pois existem alguns folículos com mais de 1 fio. Diferentemente de antigamente, não são mais transplantados tufos de cabelo, porque isso não confere bom resultado.
Se o cabelo naturalmente ficaria branco, ao ser transplantado também um dia ficará.
Fatores de queda dos cabelos
O uso constante de boné ou capacete não causa queda capilar, porém, favorece o acúmulo sebáceo, que pode obstruir o folículo capilar – mas não matá-lo – e atrapalhar o crescimento do cabelo.
O principal fator de morte dos folículos é de origem genética. Algumas doenças, tratamentos como radioterapia e quimioterapia, desordens hormonais e deficiências nutricionais podem favorecer a perda dos fios. A tração capilar, comum em quem faz tranças ou que vive com os cabelos muito amarrados, pode causar alopecia por fibrose (cicatricial). Para saber a causa da perda dos fios, é necessário fazer exames.
Com o envelhecimento, os cabelos ficam mais ralos. Há relatos de pacientes com 64 anos que fizeram transplante há 4 anos e estão com bom volume de cabelos, apesar de brancos.
Mulheres e homens com entradas evidenciadas no couro cabeludo podem fazer o transplante capilar. A maioria dos que fazem a cirurgia são homens. Geralmente as mulheres procuram apenas tratamentos clínicos, que fortalecem o cabelo, encorpam-no e aumentam o volume capilar, porém, algumas têm grandes áreas calvas ou querem descer a linha anterior pois acham a testa muito grande, nesses casos também pode-se recorrer ao transplante de cabelo.
Tratamentos capilares não cirúrgicos
Existem tratamentos capilares, que não o transplante, como com medicações via oral, tópicas ou mesoterapia, que também podem gerar bons resultados.
Queda do cabelo após o transplante
Não é comum o cabelo transplantado sofrer influência da calvície, pois ele vem de uma área menos susceptível a ação hormonal. Com o envelhecimento é normal ocorrer diminuição da densidade capilar, porém, isso não acontece rapidamente.
Se acontecer e a pessoa ainda tiver área doadora de cabelos suficiente, é possível fazer um novo transplante capilar. Há relatos de pacientes que fizeram 5 cirurgias. O intervalo entre uma cirurgia e outra deve ser de cerca de 8 meses. Em um único procedimento, cobre-se o equivalente à palma de uma mão. Quando o paciente quer ficar com um maior volume capilar, estuda-se fazer outra sessão.