Cetoacidose diabética
A cetoacidose diabética é um acúmulo de ácidos no sangue que pode acontecer quando os níveis de glicose estão muito elevados. Ela pode ser fatal, mas geralmente leva muitas horas para se tornar tão séria. É possível tratar e evitar que isso ocorra.
A cetoacidose diabética geralmente acontece porque o corpo do paciente não tem insulina o suficiente, e as células dele não podem usar a glicose no sangue para obter energia. Assim, o corpo passa a queimar células de gordura para ter energia o suficiente para as atividades diárias.
Queimar gordura produz uma substância chamada de “corpos cetônicos”, que tem o pH ácido. Esse processo contínuo por muito tempo faz com que eles se acumulem no sangue, alterando o equilíbrio bioquímico do corpo.
Pessoas com diabetes do tipo 1 têm o maior risco de sofrer uma cetoacidose diabética, uma vez que o pâncreas desses pacientes não produz insulina.
As cetonas também podem se elevar se o paciente pular uma refeição, se estiver doente ou estressado, ou ainda quando se esquece de aplicar alguma dose de insulina.
Pessoas com diabetes tipo 2 também podem apresentar cetoacidose diabética, mas é muito mais raro. Pessoas idosas que têm diabetes tipo 2 são mais propensas a apresentar alguns sintomas similares, que podem levar a uma desidratação grave e até à morte. O nome deste fenômeno é “síndrome hiperglicêmica hiperosmolar não cetótica.
Como evitar a cetoacidose diabética
O paciente deve ficar atento quando os níveis de açúcar no sangue estiverem acima de 250mg/dL de sangue, ou se estiver com alguns sintomas de níveis altos de glicose no sangue, como boca seca, sensação de sede ou urina em excesso. O paciente deve fazer o teste de glicemia capilar (o teste de ponta de dedo). Alguns medidores de glicose medem também cetonas. Porém, para isso são necessárias tiras específicas.
O paciente deve tentar fazer a correção dos níveis de glicose no sangue, trazendo os valores para patamares mais próximos dos níveis normais. Se estiver sentindo mais de um desses sintomas, por exemplo vômito por mais de duras horas, náuseas, dor abdominal, respiração com cheiro frutado, cansaço, confusão, tontura ou dificuldades de respirar, o paciente deve chamar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ou ir para o hospital mais próximo.
No hospital, o tratamento acontece com aplicações de insulina para normalizar os níveis de glicose, e também com o uso de soro venoso para reidratação. Desta maneira, o equilíbrio bioquímico do organismo do paciente irá voltar ao normal, e ele será recuperado.
A cetoacidose não tratada pode levar a desmaios, coma e até à morte.
O paciente deve conversar com o médico, pois ele poderá alterar a dose de insulina ou o tipo de insulina que o paciente está usando para evitar que essas coisas aconteçam novamente.
Um bom controle da glicose no sangue irá ajudar a evitar a cetoacidose. Portanto, o paciente deve tomar os medicamentos como foi indicado pelo médico, seguir um plano de refeições balanceadas, fazer atividade física regular, medir a glicose no sangue periodicamente e se certificar de que a insulina não está vencida.
O paciente não deve usar a insulina se ela estiver com algum corpo estranho, pois ela deve ser uniformemente transparente ou leitosa (no caso da NPH ou das pré-misturas).
Se o paciente é usuário de bomba de infusão de insulina, deve verificar atentamente se há vazamento na bomba ou se existe alguma bolha de ar no cateter.
O paciente deve conversar com o médico caso os níveis de glicose no sangue estejam ficando fora do intervalo de alvo por muitas vezes seguidas.
Entender o tratamento é fundamental para conseguir um bom controle glicêmico e, assim, ter mais qualidade de vida.