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Características do barbatimão
O barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é uma planta de 4 a 5 metros de altura. Nasce principalmente no sudeste e centro-oeste, mas também em outras regiões, como no Pará. Existem outras espécies de barbatimão além do verdadeiro.
Ele é conhecido popularmente pela capacidade cicatrizante e adstringente, sendo utilizado para lavar ferimentos, combater bactérias, e para tratar o couro (curtume).
Ele tem outros nomes populares, como “barba de timão”, “casca da virgindade” e “uabatimão”. Em muitos lugares, as prostituas buscavam a casca dessa árvore para fazer banhos de assento, por conta da capacidade adstringente, daí o nome “casca da virgindade”.
Também é uma planta utilizada para conter hemorragias e diarreias, contra corrimento vaginal – na forma de banhos de assento –, conjuntivite, fungos, bactérias e infecções de modo geral.
Toxidade do barbatimão
Pesquisas demonstram que o barbatimão não tem toxidade muito alta, mas não deve ser utilizado por períodos muito prolongados (60, 90 dias) pois pode alterar parâmetros sanguíneos. Para uso em pequenos espaços de tempo não há problema, desde que não utilize-se uma dose muito alta.
Quem faz radioterapia pode ter queimaduras de pele por conta da radiação, e a pomada feita com as cascas da árvore do barbatimão inibe os ferimentos.
Em doses muito altas ou em períodos de uso muito longos, pode causar problemas gástricos, intestinais ou neurológicos.
Dose recomendada do barbatimão
Deve-se utilizar uma colher de sobremesa da casca do barbatimão ralada, desfibrada, para fazer uma xícara de chá. Com essa quantidade, utilizada por no máximo 30 dias, a pessoa não terá problemas. Se a pessoa sentir algum efeito adverso, deve suspender o uso do barbatimão. Se perceber que os sintomas pararam, eles eram em função do barbatimão; se não pararem, não era o barbatimão, e a pessoa deve procurar um médico.
Gestantes não devem utilizar o barbatimão, pois ele pode causar problemas gestacionais.
Benefícios do barbatimão
Ação cicatrizante
A maior reputação do barbatimão é ser cicatrizante. Quando uma pessoa fica deitada por muito tempo, formam-se escaras, feridas difíceis de cicatrizar devido à má circulação local. Uma pomada feita com os extratos do barbatimão foi utilizada em feridas de pessoas acamadas, com 18 semanas fazendo assepsia da área, todos os pacientes tiveram 100% de cicatrização das feridas.
Em um estudo feito foram retirados pedaços de pele de animais, a pomada de barbatimão foi passada e em 14 dias levou à cicatrização completa das feridas causadas.
O uso da pomada de barbatimão também teve um excelente resultado de cicatrização em diabéticos, que têm dificuldades de cicatrização, e podem até mesmo ter amputação dos membros, como os dedos e os pés.
A pomada de urucum também tem excelentes resultados na cicatrização de diabéticos.
O barbatimão tem ação anti-inflamatória e analgésica sobre as feridas, ou seja, elas desincham, desinflamam e param de doer, o que facilita o processo de cicatrização.
O barbatimão tem potencial angiogênico, no caso de feridas, para melhorar a cicatrização, ele forma novos vasos sanguíneos na região afetada, acelerando a cicatrização.
Ação antiúlcera
Em um estudo, o extrato de barbatimão foi comparado à cimetidina, um dos medicamentos mais utilizados para problemas gástricos, e evitou a formação de úlceras de maneira semelhante a cimetidina. Quem sofre de problema que envolva o estômago e toma cimetidina, pode fazer um teste, utilizando o barbatimão durante o período. Ele pode ser utilizado juntamente com a cimetidina, e associado com erva-santa ou erva-baleeira.
Ação bactericida
Como bactericida, foi feito um sabonete líquido com os extratos do barbatimão. Esse sabonete teve ação eficiente em eliminar bactérias na pele, muitas delas causadoras de problemas, como acne, infecções e furúnculos.
Quem trabalha com preparações de cosméticos caseiros também pode utilizar a casca de barbatimão como antisséptico.
Ação antifúngica
O barbatimão foi testado contra o fungo Candida albicans, causador da candidíase – problema que pode afetar a boca de recém-nascidos (“sapinho”) e a região genial das mulheres (“panos brancos”). Os extratos do barbatimão inibiram o desenvolvimento da cândida, efeito comparável a dois medicamentos utilizados para candidíase: a nistatina e o fluconazol.
Ação antiparasitária
As cascas de barbatimão foram testadas contra o tripanossoma cruzi, causador da doença de chagas, e a leishmania, causadora da leishmaniose. Esses dois parasitas tiveram uma redução expressiva da população na corrente sanguínea.
Ação antiofídica
Na região amazônica, no pantanal ou em regiões de mata atlântica existe grande população de serpentes. O uso da casca do barbatimão conseguiu inibir os efeitos tóxicos dos venenos de três serpentes: urutus, jararacas e surucucus.