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Características do aranto (Kalanchoe daigremontiana)
O aranto combate o câncer com muita eficiência. É encontrado pelos nomes científicos Kalanchoe daigremontiana ou Bryophyllum daigremontianum. Elas fazem parte do grupo das crassuláceas, um grupo de plantas suculentas com dezenas de espécies.
As plantas do gênero Kalanchoe ou do Bryophyllum, são da família crassulácea e popularmente utilizadas como plantas medicinais na África, na América e na Ásia, e muitas delas têm propriedades anticancerígenas relevantes, o aranto inclusive. Porém, por existirem várias espécies de Kalanchoe, que também atendem pelo nome de “aranto”, há confusão na hora de identificar qual é verdadeiramente o aranto.
A Kalanchoe daigremontiana é parecida com um pinheiro. Ela não tem folhas largas, mas sim estreitas, com as bordas elevadas, e compridas como canoas. Todas elas formam pequenos brotos em volta das folhas que, quando amadurecem, se descolam da planta mãe, caem, enraízam e se tornam uma nova planta – uma característica comum desse grupo de plantas, chamadas de “mães de mil filhos” por conta disso.
Uma variedade dessa planta é um cruzamento entre Kalanchoe daigremontiana e a Kalanchoe tubiflora, o bálsamo alemão. Quando se cruzam, o resultado é uma planta igual a daigremontiana, mas com cor rajada escura, roxa e marrom, característica do bálsamo alemão. Essa planta não é a daigremontiana propriamente, é um cruzamento. O bálsamo alemão é uma planta tóxica. Quando há esse cruzamento e a daigremontiana aparece com manchas da tubiflora, ela fica mais tóxica, portanto é preciso cuidado.
A daigremontiana verdadeira tem as folhas totalmente verdes, com 5 a 7 centímetros de comprimento.
A planta com as folhas largas, mais triangular, aberta e com mais brotos em volta, não é a Kalanchoe daigremontiana, e sim a Kalanchoe laetivirens.
Toxidade do aranto
Não existem muitas pesquisas sobre o aranto, porém algumas compravam as atividades e a toxidade dele.
A Kalanchoe daigremontiana não é uma planta totalmente segura. Existem pessoas que fazem sucos na proporção de duas ou três folhas para um copo d’água, o que é perigoso. Em um estudo com aves ela demonstrou toxidade em uma dosagem de aproximadamente 1g para cada quilo de peso, o equivalente, em uma pessoa de 70 quilos, a 70g da planta. É possível utilizá-la, mas em uma dosagem reduzida para não haver efeitos colaterais.
Ela causou, nas aves, sinais de depressão, perda de coordenação motora, espasmos musculares, tremores, convulsões, paralisias e, nos casos mais extremos, morte.
Pode-se fazer um suco com uma colher de planta picada para um copo d’água, tomando no máximo duas vezes ao dia para evitar os efeitos colaterais. Não se recomenda utilizar 1, 2, 3 ou 4 folhas para um copo d’água.
Outro estudo demonstra que a daigremontiana exerce uma ação cardioativa, ou seja, atua sobre o coração, e pode, em doses elevadas, levar a infarto – ataques fulminantes do coração – se consumida em altas doses.
A daigremontiana pode ser consumida em quantidades moderadas. Se a pessoa está sentindo algo incomum, que a está incomodando, deve suspender o uso da planta e verificar se os efeitos passam. Se sim, a planta era a causa, e a pessoa não deve fazer mais uso dela. Se não haverem efeitos colaterais, pode-se seguir com o tratamento com a planta.
Benefícios do aranto
Ação antimicrobiana
Os extratos da daigremontiana foram testados contra vários tipos de bactérias, inclusive a Escherichia coli, que causa diarreias, e o Streptococcus aureus, uma bactéria que vive na pele e pode causar vários tipos de infecção. O extrato da planta tem excelente ação antibacteriana.
Para feridas infeccionadas ou infecção da garganta, fazer gargarejos, bochechos, lavar feridas e até mesmo tomar o suco da planta pode ser eficiente.
Ação antifúngica
A daigremontiana é eficiente no combate a fungos, inclusive da Candida albicans, causadora da candidíase, uma doença que ataca a boca das crianças (é popularmente chamada de “sapinho”) e também a região genital das mulheres, causando dor, incômodo, coceira, etc.
Nesse caso, o indicado é fazer banhos de assento. Pegue meia dúzia de folhas, triture na água, faça o suco da planta, coloque em uma bacia e faça o banho de assunto por 15 a 20 minutos, até que a infecção desapareça.
Ação antitrombótica
A trombose é o entupimento das artérias, quando se formam os trombos. Por conta da arteriosclerose, há uma ruptura na artéria, e para cicatrizar, as plaquetas formam um coágulo que, como a artéria já está comprometida por conta da arteriosclerose (já existem bolsas de gordura no entorno dela), acaba impedindo o fluxo de sangue, causando trombose. A Kalanchue daigremontiana reduz a coagulação sanguínea, e por conseguinte a ação das plaquetas, e por isso é considerada um bom antitrombótico.
Ação sedativa (calmante, facilitador do sono)
Dois princípios ativos da Kalanchue daigremontiana foram isolados e demonstraram acentuada atividade sedativa. Porém, esses mesmos princípios são alguns dos causadores da toxidade dessa planta.
A Kalanchue daigremontiana é sedativa porque causa depressão do sistema nervoso central. É como se a energia da pessoa estivesse mais baixa, então ela tem menos reações e mais sono. Se a pessoa tomar em altas doses, pode ter depressão, tremedeiras e convulsões. Tomada em doses muito pequenas, consegue-se ter o resultado sedativo da planta.
Tratamento do herpes
A Kalanchue daigremontiana foi testada contra o vírus do herpes, tanto o tipo 1 quanto o 2, e inibiu o desenvolvimento de ambos. Se a pessoa está com herpes labial ou genital, pode utilizar a planta externamente sobre a área afetada, fazendo banhos de assento ou compressas sobre a boca, para eliminar a herpes.
Tratamento do câncer
Em relação ao tratamento do câncer, fala-se muito mais da Kalanchue daigremontiana do que as pesquisas demonstram. Talvez o uso popular indique que ela realmente é benéfica para o tratamento.
Existem duas pesquisas sobre o uso dessa planta como antitumoral em casos de câncer de mama. Nos dois, ela exerceu significativa ação antitumoral, combatendo as células cancerígenas e reduzindo-as.
Deve-se tomar cuidado com os efeitos colaterais da planta. Não se deve piorar a situação do organismo, pois a pessoa não irá conseguir combater o câncer adequadamente. Quem está fazendo quimioterapia ou radioterapia pode utilizar o aranto como terapia complementar, por exemplo, tomando o suco dele.
Versão híbrida da planta
Uma pesquisa feita no Japão verificou que o cruzamento entre a daigremontiana e a tubiflora tem princípios ativos que exercem ação contra várias linhagens de câncer, o que demonstra que a daigremontiana pura, a verde, também provoca essa ação.
O bálsamo alemão exerce ação antitumoral. Porém, a ação tóxica dele é tão alta que não vale a pena utilizá-lo. A versão híbrida do cruzamento do aranto com o bálsamo alemão também exerce ação antitumoral e pode combater muitos tipos de câncer, apesar da alta toxidade dela.
Por ser uma planta tóxica, ela também tem ação inseticida. Quem sofre com insetos, como pulgões ou baratas, pode utilizar essa espécie, até mesmo para lavar cachorros, eliminar pulgas e carrapatos, etc.